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Cotidiano Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2014, 11:43 - A | A

Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2014, 11h:43 - A | A

Quatro cidades do Estado têm “alto risco” de enfrentar epidemia de dengue

Anahi Zurutuza - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Apesar de ter registrado somente 328 casos de dengue nas primeiras duas semana deste ano, 95% a menos que no mesmo período de 2013, quando 6.967 pessoas tiveram a doença, os altos índices de infestação do mosquito transmissor da dengue colocam em risco pelo menos 18 cidades do Mato Grosso do Sul, que podem enfrentar nova epidemia. Conforme o primeiro Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) do ano, feito em 32 municípios do Estado, Corumbá, Cassilândia, Três Lagoas e Coxim tem “alto risco” de ter de “encarar” surto da doença neste início de ano.

A situação mais grave é de Corumbá, que registrou infestação de 4,67%, quatro vezes mais do que o Ministério da Saúde tolera, no máximo 1%. A cidade, situada no oeste do Estado, tem várias localidades com índices acima de 10%, como o bairro Guarani, que registrou taxa de infestação de 13,3%, o Nova Corumbá (9,8%), Generoso (9,38%) e Guatós (9,09%).

Segundo o coordenador estadual de combate à dengue, Gilmar Cipriano Ribeiro, a cidade além de ser muito quente, tem o agravante de moradores dos bairros da parte mais alta sofrerem com a constante falta d’água. “Muitos focos são encontrados nos locais usados por estes moradores para armazenar água. Junto com a questão da temperatura, a cidade se torna o local ideal para a proliferação do mosquito”, explica.

Cassilândia, que tem índice 3,82%, também está classificado como de “alto risco” para epidemia. Três Lagoas está com a taxa de infestação em 3,74% e Coxim de 3,02%.

Ribeiro afirma que a Secretaria de Estado de Saúde está concentrando esforços para auxiliar os municípios com “alto risco” a combater o transmissor da dengue, mas convoca a população para ajudar. “Cada um tem de fazer a sua parte”, afirma.

“Médio risco”

São 14 municípios do Estado com “médio risco” de enfrentar surto de dengue e, com infestação de 2,1%, Campo Grande é um dos que está na lista. Com base no resultado da pesquisa, a Prefeitura da Capital já reforçou as ações de combate à doença, priorizando bairros com os maiores índices.

Na Capital, a situação mais grave é a dos bairros São Francisco e Cruzeiro, cuja infestação está em 5,3%. Na manhã de hoje, casas do bairro São Francisco foram vistoriadas. A reportagem acompanhou o trabalho dos agentes de saúde.

Os bairros Guanandi, Taquarussu e Jaci estão com a segunda infestação mais alta, 4,7%.

O levantamento apontou índice 4,2% para os bairros Chácara Cachoeira, Santa Fé e Autonomista. Na Vila Nasser, a infestação está em 3,8% e no distrito de Anhanduí 3,6%.

O risco de surto de casos de dengue é maior nos bairros com os índices acima de 4%. É considerado estado de alerta quando a infestação fica acima de 3%.

Foram pesquisados 89 bairros da Capital, onde agentes de saúde encontraram 339 focos do mosquito da dengue. Somente 9 bairros estão com índice dentro do limite tolerável. Ainda conforme o levantamento, 77% dos focos foram encontrados em residências da Capital, 12% em estabelecimentos comerciais e só 7% em terrenos baldios.

O índice de infestação é calculado com base na quantidade de focos do mosquito encontrados durante visitas dos agentes de saúde.

Casos

Nestas duas primeiras semanas de 2014, 328 pessoas tiveram dengue no Estado, 195 em Campo Grande. A quantidade é bem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando 6.967 casos foram notificados no Mato Grosso do Sul , 95% a mais, sendo 5.654 só na Capital.

Até agora, ninguém morreu em decorrência da doença.

 

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