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Cotidiano Terça-feira, 14 de Janeiro de 2014, 12:12 - A | A

Terça-feira, 14 de Janeiro de 2014, 12h:12 - A | A

Infestação de mosquito da dengue em dois bairros da Capital é cinco vezes maior que o tolerável

Anahi Zurutuza - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O índice de infestação do mosquito a dengue nos bairros São Francisco e Cruzeiro, em Campo Grande, está cinco vezes mais alto do que o considerado tolerável pelo Ministério da Saúde. A média geral da cidade soma o dobro do aceitável e boa parte dos bairros com alta infestação estão localizados em áreas nobres da cidade.

É o que aponta o primeiro Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (Liraa) de 2014, concluído nessa segunda-feira (13), pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

A preocupação, agora, que a alta infestação pode fazer “explodir” a quantidade de casos da doença. Nesta primeira semana de janeiro, o número de pessoas que contraíram a dengue foi bem abaixo do número de campo-grandenses contaminados no mesmo período do ano passado.

Conforme a pesquisa, o índice de infestação no São Francisco e Cruzeiro está em 5,3%, muito acima do 1% que o Ministério da Saúde tolera. Em Campo Grande, o índice médio ficou em 2,1%.

Segundo o chefe do Serviço de Controle de Vetores do CCZ, Alcides Ferreira, o início das chuvas e o período de férias explicam a grande quantidade de focos do mosquito da dengue encontrados nos bairros. “Tivemos muita chuva nos últimos dias. Por isso, que a gente sempre diz que é preciso estar atento à limpeza dos quintais e sempre cuidar se existem locais que acumulam água”.

O problema do período de férias é que as famílias viajam e deixam as casas fechadas, sem a possibilidade dos agentes de saúde fazerem as vistorias para verificar a existências de focos ou locais passíveis de se tornarem criadouros do Aedes aegypti.

Números

Os bairros Guanandi, Taquarussu e Jaci estão com a segunda infestação mais alta da Capital, 4,7%.

O levantamento apontou índice 4,2% para os bairros Chácara Cachoeira, Santa Fé e Autonomista. Na Vila Nasser, a infestação está em 3,8% e no distrito de Anhanduí 3,6%.

O risco de surto de casos de dengue é maior nos bairros com os índices acima de 4%. É considerado estado de alerta quando a infestação fica acima de 3%.

Foram pesquisados 89 bairros da Capital, onde agentes de saúde encontraram 339 focos do mosquito da dengue. Somente 9 bairros estão com índice dentro do limite tolerável. O índice é calculado com base na quantidade de focos do mosquito encontrados durante visitas dos agentes de saúde.

Ainda conforme o levantamento, 77% dos focos foram encontrados em residências da Capital, 12% em estebelecimentos comerciais e só 7% em terrenos baldios.

Combate

As ações de combate à dengue na Capital já começam a ser reforçadas a partir de hoje nos bairros com os maiores índices de infestação. O fumacê e a borrifação do inseticida com bombas costais, além do controle e eliminação de focos vai ser intensificada, nesta semana, principalmente nas localidades com índice acima de 4%.

“Estamos trabalhando e sempre que o Liraa sai, direcionamos as ações para as áreas mais críticas”, explica Ferreira.

Casos

Até agora, 94 pessoas foram diagnosticadas com dengue em Campo Grande, bem abaixo da medica de casos que eram registrados por semana em 2013, cerca de 800.

No ano passado, 46.632 pessoas tiveram a doença na Capital e 12 campo-grandenses morreram em decorrência da dengue. Foi a maior epidemia já enfrentada na história, segundo especialistas.
 

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