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Cotidiano Sexta-feira, 03 de Janeiro de 2014, 16:33 - A | A

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Com aulas em simuladores de direção, carteira de habilitação ficará 20% mais cara

Anahi Zurutuza - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Alunos de autoescolas que pretendem tirar a habilitação para conduzir carros terão de passar por simulador de direção antes de partir para as aulas práticas. A determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) está em vigor desde quarta-feira, dia 1º de janeiro.

Apesar do simulador deixar os alunos mais seguros para enfrentar o trânsito, o custo das aulas é que não agrada. Tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH), nas categorias B (carro) ou AB (carro e moto), ficará pelo menos 20% mais caro, conforme previsão do Sindicato dos Centros de Formação de Mato Grosso do Sul.

Hoje, para tirar carteira de carro, os alunos têm de desembolsar entre R$ 1,2 mil e R$ 1,5 mil. O valor paga os exames médico e psicológico, as aulas teóricas, a prova teórica, as 20 aulas práticas e o teste final.

O Contran obriga, agora, que os alunos façam pelo menos cinco treinos, de 30 minutos, no simulador. De acordo com o presidente do sindicato, Wagner Prado, cada aula vai custar de R$ 50 a R$ 60.

Simuladores

No Mato Grosso do Sul, são 278 autoescolas, sendo 58 na Capital. Nenhuma delas tem o simulador.

O presidente do sindicato, no entanto, garante que os centros de formação vão cumprir a nova regra. “Essa obrigatoriedade é para os alunos que se matricularam a partir do dia 1º de janeiro de 2014. Esses alunos ainda vão levar uns 40 dias para chegar na fase de ter aulas no simulador. Até lá os equipamentos, que foram encomendados no ano passado, já chegaram”.

A previsão é que cheguem, no Estado, em 30 dias, 50 máquinas que simulam a condução de veículos no trânsito. Segundo Wagner Prado, os simuladores custam cerca de R$ 40 mil cada um.

Por isso, muitas autoescolas optaram por compartilhar as máquinas. “Mesmo assim, a manutenção é cara. Para manter esse equipamento os centros de formação terão de repassar o custo para os alunos”, explica.

O Sindicato das Autoescolas comprou sete simuladores. Quatro deles ficarão na Capital para atender centros de formação que vão terceirizar as aulas. Outros três serão enviados para o interior.

A reportagem fez pesquisa de preços em algumas autoescolas da Capital. Nenhuma delas está cobrando pelas aulas nos simuladores ainda, mas informaram que quando os equipamentos chegaram e os valores das aulas estiveram tabelados, o custo será cobrado à parte dos alunos.

Experiência

A reportagem do Capital News experimentou o simulador. A jornalista Samira Ayub é habilitada há dois anos, mas nunca conduziu um veículo na rodovia. O funcionário do Sindicato, Luiz Carlos, simulou o ambiente para uma estrada para Samira e considerou a experiência foi positiva.

“A sensação que temos é de estar, de fato, em uma rodovia, com tráfego intenso e situações comuns que encontramos durante uma viagem, por exemplo, como eventuais bloqueios para reparos”, disse a jornalista. “O simulador se move como se fosse um veículo em rodovia, então, sentimos o trepidar do cascalho ao entrar na rodovia, sentimos a tensão em cuidar o movimento na pista”, completou.

Segundo Luiz Carlos, o instrutor pode criar situações diferentes no simulador, como conduzir em rodovias, durante o dia ou à noite, conduzir na via urbana com chuva, e até mesmo as sensações físicas de quem decide beber e dirigir.

O funcionário do sindicato explica que o objetivo é fazer com que o futuro condutor sinta na pele as consequências de uma atitude imprudente no trânsito.

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A jornalista Samira Ayub experimentou dirigir no simulador, na tarde desta sexta-feira (3)
Foto: Capital News

 

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