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Reportagem Especial Sábado, 28 de Maio de 2022, 13:43 - A | A

Sábado, 28 de Maio de 2022, 13h:43 - A | A

Reportagem Especial

Adoção: 653 crianças e adolescentes aguardam uma família em MS

Pais adotivos contam como é a experiência de adotar uma criança

Renata Silva
Especial para o Capital News

Acervo pessoal

Adoção: 653 crianças e adolescentes aguardam uma família em MS

Família assim que a bebe nasceu

Faz 14 anos que a Monique Teles da Silva adotou seus pais, Maria e Ramiro. Sim! Porque é assim que eles descrevem. Até encontrar a família, a menina se encaminhava para uma estatística: A de criança a espera de um lar. Atualmente, 653 crianças e adolescentes estão acolhidas em Instituições de acolhimento e famílias acolhedoras em Mato Grosso do Sul. Dessas, 83, estão aptas para adoção.

Maria Nilza da Silva Teles, tem 57 anos é professora, casada há 29 anos com o Ramiro Teles da Silva de 53 anos. Ter um filho(a) fazia parte dos planos do casal, o que eles não sabiam que esse sonho, só seria possível por meio de inseminação artificial, mas os dois não queriam passar por esse procedimento.

Acervo pessoal

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Monique em casa


“Em fevereiro de 2007 eu e meu esposo decidimos juntos pela adoção, fizemos todos os procedimentos no Fórum de Fátima do Sul. Recebemos uma carta do Juiz que estávamos aptos em dotar e no mês de maio, do mesmo ano, soubemos da existência da Monique que nasceria no mês seguinte. No dia 22 de Junho, a Monique nasceu e já veio para os meus braços o primeiro cheirinho que ela ganhou foi meu e neste dia também nasceu um pai e uma mãe”, declara.


Monique é uma menina doce, esperta, adora um churrasco e assistir séries nas horas vagas. A menina diz que desde cedo soube, pelos pais que não era filha biológica deles, mas pra ela isso nunca foi problema. “Ainda pequena, minha mãe dizia que eu era a filha do coração, um dia eu perguntei: Mas como? Eu nasci pela boca? Todos caíram na risada”, brinca.

Para o pai, Ramiro a chegada da Monique trouxe vida para casa, como é jovem e muito esperta, a casa nunca esta quieta, detalha. “Antes era só nós dois, agora somos três. Ela chega da escola já me chamando e querendo contar as novidades, é muito bom”.

Agora o pai está se preparando para dançar valsa dos 15 anos com a filha. “Ser mãe adotiva é maravilhoso até hoje vivemos momentos em família que jamais pensávamos viver”, declara a mãe.

Acervo pessoal

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Dona Eliane e suas filhas biológicas

Quem também acha uma maravilha a vida de mãe de coração é a dona de casa Eliane Aparecida Ferreira, de 60 anos. Ela é mãe da Sofia Ferreira da Silva 10 anos e de outros três filhos, hoje casados e mais quatro filhas biológicas, também casadas.

Acervo pessoal

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Eliane e a filha Sofia na igreja

 

A dona de casa conta que todos os filhos adotivos, são de parentes da família, que não tiveram condições para criá-los. “Assim que as crianças nasciam os pais pensavam em colocá-los para adoção, mas eu intervia e acabava deixando-os em casa, eles iam ficando, e nunca mais iam embora”, Detalha.

 

Com a Sofia não foi diferente, a menina é filha de uma prima da dona Eliane que é usuária de drogas, moradora de rua e não sabe quem é o pai da menina. A dona de casa nunca escondeu a verdade da pequena “A Sofia fica triste em saber que mãe é moradora de rua. Mas eu explico que, nessa situação, é melhor ela estar comigo”, detalha.

A Sofia é uma menina alegre, está no 5º ano, gosta de desenho, assistir filmes o sonho dela também é ser médica. Com sorriso no rosto, ela fala que é muito feliz os meus pais e que ama os dois. “Eles são tudo para mim, amo os dois demais”,

Para dona Eliane não há diferença no amor que ela sente pelos filhos biológicos ou adotivos, a educação, carinho e amor são iguais, ressalta. “A mãe lavou vaso a vida inteira para fazer vocês crescerem e terem um futuro, quero apenas que estudem”, pontua Eliane.

No ano passado, mais de 2,5 mil e crianças e adolescentes ganharam uma família - quase 20% menos se comparado ao ano anterior


A pandemia impactou os números de adoção no Brasil. No ano passado, mais de 2,5 mil e crianças e adolescentes ganharam uma família - quase 20% menos se comparado ao ano anterior. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, muitos processos foram prejudicados porque fóruns ficaram fechados e rotinas que fazem parte da adoção, como visitas de assistentes sociais, não puderam acontecer.

No Estado, até o dia 23 de maio 242 pretendentes estavam habilitados à adoções cadastrados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento - SNA.
 
Como é o processo de adoção
Interessados em adotar uma criança devem buscar o Setor de Adoção da Vara da Infância e Juventude mais próximo. No local, profissionais especializados podem fornecer as informações e esclarecimentos necessários para orientar a decisão de adotar.

Serviço:
Em Campo Grande, a 1ª Vara da Infância e Juventude fica localizada na Rua da Paz, 14, térreo, bloco II, CEP 79002-919
Para entrar em contato, basta ligar para o número Fone: (67) 3317-3428.

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