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Política Quarta-feira, 31 de Março de 2021, 17:54 - A | A

Quarta-feira, 31 de Março de 2021, 17h:54 - A | A

Live

Vereadores debatem medidas restritivas de lockdown em Campo Grande

Reunião contou com a participação do infectologista Julio Croda e da ACICG

Lethycia Anjos
Capital News

Divulgação/CMCG

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Câmara Municipal de Campo Grande

Em decorrência do avanço dos casos de coronavírus em Campo Grande e alta taxa de ocupação de leitos hospitalares, vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande promoveram nesta quarta-feira (31), uma live para debater medidas restritivas e um possível lockdown. A live contou com a participação do médico infectologista Julio Croda e da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG).

 

A reunião foi iniciada pelo vereador Dr. Sandro Benites, presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, em seguida a palavra foi passada ao vereador Otávio Trad, o parlamentar destacou que os próximos decretos devem flexibilizar as medidas restritivas a partir desta segunda-feira (31) na Capital. “Além da flexibilização, a prefeitura vai adiar as datas de vencimento das próximas parcelas do IPTU”, informou Trad.

 

Vice-presidente da Comissão de Saúde,  vereador Vitor Rocha, exibiu durante a live o balanço dos casos de Covid-19, conforme o boletim epidemiológico da última terça-feira (30), divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), registrou 85.062 casos confirmados e 1.867 óbitos.

 

Dados da Sesau mostram que dos 85.062 casos confirmados, 599 estão internados e 1.020 estão em isolamento domiciliar. Das 599 pessoas que estão internadas, 270 estão em Leitos UTI (161 em leitos públicos e 109 em leitos privados), 323 estão em Leitos Clínicos (147 em leitos públicos e 176 em leitos privados) e há 6 pacientes em Pronto de Atendimento Médico (PAM). Mato Grosso do Sul registrou até o momento 213.869 casos confirmados e 4.220 óbitos. A nível nacional o país registra 12.658.109 casos confirmados e 317.646 óbitos.

 

Presidente da ACICG, o empresário Renato Paniago foi um dos convidados para o debate, para o presidente o cenário atual da pandemia no estado é extremamente preocupante, ele ressalta que o comércio busca meios de assegurar seus colaboradores e consumidores. “Não somos contra medidas eficientes para conter a pandemia, tanto que no início fomos a favor das restrições. Mas já estamos há um ano nessa situação e isso acabou prejudicando a manutenção das empresas e empregos. Precisamos todos trabalhar juntos”, explicou via assessoria. A Associação Comercial representa mais de 8 mil empresas da Capital.

 

Renato Paniago enfatizou que as medidas de restrição do comércio, ocasionam prejuízos principalmente aos pequenos empresários que correspondem a cerca de 30% do que é produzido no país e 50% dos empregos gerados. “Pessoas que estão paradas e que não conseguem pagar suas contas, são mais de 4000 empregos extintos. Uma população sem emprego não tem qualidade de vida, se as restrições continuarem, mais empresas irão fechar e mais empregos perdidos”, destacou.

 

O presidente da Associação Comercial finalizou sua fala salientando que o comércio segue todas as medidas de biossegurança para a prevenção da Covid-19. “Estamos todos no mesmo barco, precisamos cada um fazer a sua parte, conversar e alinhar mais nossas decisões”, ressaltou Paniago.

 

Infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Julio Croda, também foi convidado para o debate, na ocasião ele apresentou dados que mostram que o Brasil representa 11% do total de óbitos em todo mundo ocasionados pelo coronavírus. O infectologista salientou que ao longo da pandemia a Capital adotou medidas restritivas, mas que até o momento não houve lockdown, o especialista apresentou ainda a diferença entre as medidas. “Lockdown funciona se for bem feito, se não, continua como está, é preciso que a sociedade colabore. Não adianta decretar se a população não aderir”, afirmou Croda via assessoria.

 

Para o pesquisador da Fiocruz, é necessário garantir a ampliação dos leitos e reduzir a transmissão do vírus, para que haja flexibilização das restrições nos próximos dias. Croda destacou ainda que desde o início da pandemia o estado nunca atingiu  a taxa de isolamento adequada.  “Mais uma vez reitero que devemos continuar com o uso de máscara, cuidados com a higiene e distanciamento social”, frisou.

 

Na reunião, o vereador Vitor Rocha questionou Julio Croda a respeito do tratamento precoce e sua eficácia. A resposta do pesquisador foi enfática, Croda enfatizou que apesar dos médicos  possuírem autonomia para prescrição, ensaios clínicos mostram que esses medicamentos não apresentaram eficácia contra a covid.

 

A internauta Emmanuele Costa, que acompanhou a live pelas redes sociais da Casa de Leis, questionou se quando houver liberação dos decretos, as taxas de infectados e mortos aumentarão. Croda respondeu que haja liberação total a única solução aceitável é a vacinação em massa, caso contrário, “libera tudo agora, fecha tudo de novo em breve”.

 

Outro internauta perguntou à ACICG quais são as medidas adotadas pela instituição para  proteger os colaboradores e associados. Renato Paniago rebateu que por meio do apoio do Sesc foi elaborado um protocolo de biossegurança. “O comércio não é um agente contaminador e sim educador, já que estamos desde o começo da pandemia participando do comitê de enfrentamento ao Covid, distribuímos máscaras e álcool gel, além de estar sempre orientando e esclarecendo seus associados sobre as medidas que devem ser adotadas”, respondeu o presidente.

 

A live foi finalizada pelo vereador Sandro Benites que se manifestou favorável ao tratamento precoce da Covid-19 e destacou que as lives da Comissão de Saúde da Câmara Municipal buscam esclarecer e orientar a população por meio dos debates. “Sempre procuramos trazer diferentes pontos de vista para melhor encontrarmos soluções e podermos vencer esta pandemia”, finalizou o parlamentar.

 

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