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Domingo, 28 de Novembro de 2021, 11h:58

Metaverso: acabaram de vez as fronteiras entre o mundo real e digital?

Por Alice Bachiega

Da coluna Cultura
Artigo de responsabilidade do autor

Saiba como usuários e empresas podem mergulhar no conteúdo digital em vez de simplesmente visualizá-lo

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ColunaTecnologia

Recentemente, foi anunciada pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, a mudança do nome corporativo da rede social para Meta, baseado na ideia de que os mundos físico e digital vão ser praticamente uma coisa só nos próximos anos.

A ideia é fazer com que a empresa seja protagonista do metaverso, conceito que é considerado a próxima grande transformação da internet, que vai revolucionar a maneira como interagimos online desde a invenção do smartphone e promete gerar uma nova economia, com a comercialização de bens e serviços dentro do ambiente digital.

Não é uma mudança isolada quando lembramos que, em 2015, o Google criou a Alphabet como empresa guarda-chuva de seus produtos. E muitos especialistas apontam a mudança de nome do Facebook como sendo também um facelift, que serve para desvincular os outros produtos da empresa da pressão pública que as redes sociais vêm sofrendo, notadamente o Facebook.


Mas, afinal, o que é metaverso?
Ainda não há uma definição precisa para a expressão metaverso, mas o termo pode ser entendido como uma espécie de universo virtual 3D que funcionaria em paralelo à realidade em que vivemos e tem a interação social como principal objetivo.

As pessoas poderiam ingressar nesse “mundo alternativo”, por meio da realidade virtual (RV) ou da realidade aumentada (RA), para acompanhar um show, usar o espaço para relaxar, ter reuniões de trabalho e até paquerar usando um avatar. O Facebook investe nessa área desde 2014, quando comprou por US$ 2 bilhões a Oculus, promissora fabricante de óculos de RV.


Segundo o próprio Zuckerberg, o metaverso não será construído por uma só empresa e ainda levará de dez a 15 anos para que a ideia fique madura. Mas a big tech não está parada e já comprometeu US$ 50 milhões para testar um novo aplicativo de trabalho remoto.


Jogos, livros, filmes e muito mais: tudo online e real
O Facebook descreve este mundo digital como “um conjunto de espaços virtuais onde você pode criar e explorar com outras pessoas que não estão no mesmo espaço físico que você”.

Imagine enviar uma imagem holográfica de si mesmo para a casa de amigos presentes na vida real, ou sentar em uma mesa de reunião virtual com colegas, como um Zoom menos monótono ao melhor estilo Black Mirror ou Matrix.

Aquilo tudo que um dia vimos na ficção está cada vez mais perto de se incorporar às nossas vidas. Teremos representações digitais aonde quisermos ir e poderemos personalizar nosso avatar para situações de trabalho e lazer. Nosso smartphone e computador serão a chave de entrada no início, mas a previsão é de que isso evolua para os óculos de RV e RA, além das projeções holográficas.


Embora o Facebook tenha feito muito barulho com o anúncio da novidade, outros players importantes do universo digital estão fazendo apostas no metaverso, como a Microsoft. Outro forte exemplo do conceito é o jogo Fortnite, da Epic Games: através da plataforma, músicos podem fazer shows virtuais com venda de ingressos e público que interage, como aconteceu com a cantora Ariana Grande.


Um mercado que também está explorando os potenciais do metaverso é o mundo da moda. Empresas como Hermès, Burberry e Valentino transformaram suas passarelas em tapetes virtuais, com coleções lançadas durante a pandemia.


Criptomoedas, a moeda oficial no metaverso
Vale lembrar que a tecnologia da realidade virtual é parte central no metaverso, uma vez que é ela quem vai garantir o transporte a esse outro mundo digital. Mas a RV não é tudo. A construção desse universo amplo e integrado dependerá de muitas outras tecnologias, incluindo criptomoedas e NFTs.


Esse mundo extremamente conectado, onde as pessoas poderão interagir e realizar qualquer atividade, como trabalhar, jogar, fazer compras e se divertir, vai operar seu ecossistema de trocas e negociações por meio das moedas como o Bitcoin.


Há poucos dias, o mercado foi sacudido por dois anúncios importantes, que comprovam a força de toda essa revolução: a adidas acaba de comunicar sua entrada no metaverso, e um terreno virtual no mundo online Decentraland, em que usuários podem comprar terrenos e visitar edifícios, foi vendido por valor em criptomoedas equivalente a um recorde de US$ 2,4 milhões.

Se você pensa em garantir um pé na novidade que vai esquentar ainda muito o mercado, com inúmeros negócios disruptivos surgindo a partir do metaverso, comprar Bitcoin pode ser uma ótima ideia. É a primeira criptomoeda que foi negociada no mundo e segue sendo, ainda que com oscilações, uma das apostas mais promissoras do momento. As oportunidades que virão são desconhecidas, mas já se sabe que serão muitas.