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Sábado, 02 de Janeiro de 2021, 12h:32

Pandemia de Covid-19 transforma redações jornalísticas, diz pesquisa

Por Letícia Emori

Da coluna Educação e Carreira
Artigo de responsabilidade do autor

Instituto Reuters revela que, em 38 países, tendência é uma diminuição das redações no modelo como conhecemos atualmente; entenda

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De fato, a pandemia de Covid-19 mudou completamente diferentes setores da sociedade – de serviços a indústria –, passando também pela imprensa e seu formato atual. Conforme recente estudo realizado com 136 editores e outros executivos do jornalismo de 38 países, 48% redações planejam reduzir o tamanho de suas instalações físicas pós-pandemia.

O impacto dessa mudança já levou 55% dos entrevistados ao trabalho remoto, deixando as empresas mais eficientes. Contudo, conforme a opinião de 77% dos entrevistados, o home office tornou ainda mais difícil o processo de construir e manter relações com os colegas de trabalho.

A pesquisa foi desenvolvida pelo Instituto Reuters, entre 21 de setembro e 7 de outubro, com editores-chefes, CEOs, editores e outros profissionais, sendo a grande maioria dos Estados Unidos e da Alemanha e uma baixa porcentagem de profissionais de comunicação de Brasil e Argentina.

O Instituto Reuters esclarece que a tendência de diminuição das instalações físicas "não será o fim das redações, mas, sim, uma mudança acelerada para redações híbridas", ou seja, com uma parte dos profissionais em casa e outra parte dos profissionais nos escritórios, em sistema de revezamento.

A faculdade de jornalismo se destaca entre os cursos de graduação mais procurados dentro da área de humanas, mas este novo modelo de trabalho híbrido exige esforço para adaptação, disciplina e ainda mais produtividade do profissional.

Isso significa que a consequência deste modelo híbrido vai além do nível operacional, mas também alcança o âmbito das relações, gerando novos desafios. "Jornalistas precisam de proximidade física para debater ideias, compartilhar experiências e para inovar", destaca Vincent Giret, diretor-geral do serviço estatal France Info.

Mais diversidade e posicionamento nas redações
Ainda de acordo com a pesquisa, 42% dos entrevistados afirmam que a prioridade para o próximo ano é alcançar maior diversidade étnica, enquanto 18% afirmam que darão mais atenção à diversidade de gênero.

As lideranças, no entanto, são os espaços menos explorados. Afinal, 84% dos entrevistados afirmam que sua organização faz um bom trabalho em diversidade nos níveis iniciais, mas somente 37% acreditam que o mesmo esforço e trabalho acontece no nível de liderança e cargos mais altos.