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Terça-feira, 11 de Agosto de 2020, 17h:29

Mais de 50% das empresas vão manter mudanças adotadas na pandemia, diz FGV

Por Débora Ramos

Da coluna Educação e Carreira
Artigo de responsabilidade do autor

Home office, criação de produtos e novos canais de venda foram algumas das adaptações das companhias

Divulgação

ColunaEducaçãoECarreira

Quase 90% das corporações brasileiras fizeram adaptações em suas operações durante a pandemia do coronavírus. Entre elas, cerca de 56% afirmam que as medidas adotadas serão incorporadas parcialmente ou totalmente depois que a crise passar, enquanto 27% das companhias têm certeza de que medidas adotadas serão temporárias. Outras 17% ainda avaliam o que será feito. Os dados são do levantamento do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).


Entre as mudanças, o home office foi aplicado por 83% das empresas nas áreas administrativas e nos demais setores que poderiam funcionar normalmente de forma remota. Em relação aos trabalhadores que desempenham tarefas operacionais, apenas 20% foram contemplados com a possibilidade de atuar em casa.


Das empresas entrevistadas, 18% também apontaram o desenvolvimento de novos produtos ou serviços para facilitar as atividades no período. Os destaques nesse comportamento foram as empresas de indústria têxtil (57%), de limpeza e perfumaria (42%) e farmacêuticas (35%).


Em relação ao varejo, uma das áreas que mais sofreu com as restrições impostas com o isolamento social, 57% das companhias adotaram outros tipos de canais de vendas, como e-commerce, redes sociais e aplicativos intermediários. Destas, 65% estão divididas em três segmentos: supermercados, vestuário e calçados e móveis e eletrodomésticos.


Como o setor precisou ser modernizado e muitos estabelecimentos migraram também para o online, a estratégia logística mais usada para entregar os produtos para os clientes foi o delivery, adotado em 41% das companhias de comércio.


“Nos supermercados, muitos ofereciam apenas a venda em loja física e passaram a fazer o delivery, incluíram vendas por aplicativos. Esse setor foi o menos afetado pela crise dentro do comércio, porque é o que provém bens essenciais para o consumo, e conseguiu se adaptar para a venda online, para a entrega em domicílio, mais rápido do que os demais setores”, afirma Viviane Seda Bittencourt, uma das pesquisadoras do Ibre/FGV responsáveis pela sondagem.


De acordo com a pesquisa, a indústria de vestuário é o setor que mais irá preservar as mudanças feitas durante a quarentena, com 77% das intenções de incorporação. Na área, 70% dos empresários também optaram pelo desenvolvimento de novos produtos e serviços e 80% adotaram novos canais de venda. Com as mudanças, os profissionais formados na faculdade de Recursos Humanos, responsáveis pelas contratações, engajamento e por manter a cultura organizacional firme, precisaram se adaptar ainda mais rápido, para que os colaboradores conseguissem desempenhar as funções de modo adaptado.


“Isso não é só no Brasil, está acontecendo no mundo inteiro. Houve uma aceleração dos processos de automatização, do home office, do comércio eletrônico. Foi algo bastante desafiador, principalmente para médias e pequenas empresas. Vinha crescendo, e a pandemia acelerou mudanças que aconteceriam a longo prazo”, explica Bittencourt.