Marcado para ocorrer em novembro, o primeiro leilão para exploração de gás e óleo de xisto no Brasil, está causando polêmica, pois não existem estudos suficientes que comprovem a ocorrência ou não de danos ambientais com a exploração do gás. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) pretende ofertar blocos em cinco potenciais bacias sedimentares, localizadas, inclusive, na bacia do Paraná em Mato Grosso do Sul, segundo o jornal O Dia, do Piauí. Do gás de xisto é produzido nafta, óleo combustível, gás liquefeito, óleo diesel e gasolina.
As outras bacias são do Paraná, nesse estado, do Parnaíba, nos estados de Piauí e Maranhão, Parecis, no Mato Grosso, Recôncavo, na Bahia, e São Francisco, em Minas Gerais e na Bahia.
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) encaminharam carta à presidente Dilma Rousseff, solicitando a suspensão da licitação para a exploração, até que estudos mais conclusivos sobre a questão sejam realizados. “A exploração de gás de xisto tem sido muito questionada pelos riscos e danos ambientais envolvidos.
Enquanto o gás natural e o petróleo ocorrem em estruturas geológicas e nichos próprios, o gás de xisto impregna toda a rocha ou formação geológica. Nesta condição, a tecnologia de extração de gás está embasada em processos invasivos da camada geológica, podendo ocasionar vazamentos e contaminação de aquíferos de água doce que ocorrem acima do xisto”, informa o documento assinado pelas duas entidades.
A Agência Nacional do Petróleo acredita que existam pelo menos 15 trilhões de m3 de gás de xisto nas bacias geológicas brasileiras. Contudo, a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências questionam o caráter totalmente preliminar dessas reservas.