Segundo levantamento elaborado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o município de Corumbá possui o valor médio cobrado nos combustíveis, mais caro do Estado. A pesquisa realizada entre os dias 15 e 21 de fevereiro deste ano apontou que os valores médios da Gasolina, do Etanol e do Diesel praticados entre os 10 postos pesquisados em Corumbá, são os mais altos entre as oito principais cidades que fizeram parte da pesquisa.
No primeiro dia de fevereiro, o litro do combustível subiu 10% de uma só vez nos postos da cidade, e de todo o País por conta do aumento do PIS/Cofins e também a volta da Cide. De acordo com a pesquisa, hoje o preço praticado para a gasolina é de R$3,663 a R$ 3,68, já o Etanol pode ser encontrado com preço entre R$ 2,664 a R$ 2,55 e o Diesel R$ 3,163 e R$ 3,18.
Embora em outras cidades foram observados alguns postos de combustível praticando o preço final superior ao de Corumbá, o valor médio, ficou acima de todas as outras cidades.
Efeito Cascata
Em janeiro, antes desse repasse brusco dos impostos, a gasolina já estava entre os dez vilões da inflação. No acumulado do último ano, o litro do combustível subiu 15,2% na cidade, de acordo com a ANP. A porcentagem é três vezes maior do que a inflação registrada na cidade no período, de 4,8%, segundo o IPC-Acirp/Fipe. Além do impacto direto acarretado para o bolso do consumidor, a população ainda poderá a sentir no início deste mês, o impacto gerado em setores que influenciam diretamente a economia da cidade.
O setor de logística por exemplo, deve começar a repassar o custo dos fretes para os produtos que demandam da atividade e em geral o consumidor poderá observar o reajuste dos preços em alguns produtos, mesmo de necessidade básica como alimentação.
Para o comerciante Adalberto Ferraz, que trabalha com distribuição de produtos alimentícios, o impacto no preço da gasolina vai influenciar diretamente no bolso dos empresários e dos consumidores. “O impacto no orçamento foi muito grande, ainda mais porque uso o carro para trabalhar. Ainda estou levando o prejuízo, até mesmo para manter meus clientes e não repassar essa alta para meus produtos. Não dá para reajustar os preços de uma hora para outra”, disse o comerciante.
Sem Opção
Nem mesmo custando R$ 1 real mais barato em média em relação ao preço da gasolina, o etanol, que poderia servir como uma alternativa ao alto custo da gasolina, em Corumbá é nulo. Como o valor médio do Etanol também é o mais alto de todo estado, o abastecimento nos casos de veículos flex com o combustível, ainda não se torna vantajoso pelo maior consumo dos motores movidos a álcool.
Como a autonomia do veículo movido a álcool é 30% menor, para ser vantajosa a sua utilização, o preço do litro também precisa ser 30% mais barato que o da gasolina, o que não ocorre em Corumbá. Com isso, o motorista se vê sem uma segunda opção como via de economia na hora de abastecer.