As precauções vão desde procurar um profissional da saúde até o planejamento gradual do treino
Jacob Wackerhausen/iStock
..
Retomar a prática esportiva depois de uma lesão é um processo que exige paciência, planejamento e acompanhamento especializado. A ansiedade para voltar às atividades pode fazer com que muitos atletas, especialmente os amadores, iniciem os treinos antes do tempo ideal, aumentando o risco de agravar a lesão ou de desenvolver novos problemas por compensação. Para garantir um retorno seguro, alguns cuidados são indispensáveis. Por isso, adotar medidas corretas nesse processo é essencial para preservar a saúde.
O primeiro e mais importante passo é realizar a retomada sob a aprovação de um profissional, como médico ou fisioterapeuta. Muitas vezes, a ausência de dor ou inchaço pode dar a falsa impressão de que a recuperação está completa.
No entanto, somente uma avaliação criteriosa é capaz de confirmar se a área afetada está realmente apta para suportar o esforço físico. Ainda, ignorar essa etapa pode elevar consideravelmente as chances de uma nova lesão.
Durante a recuperação, é essencial manter o corpo ativo dentro dos limites permitidos. Lesões localizadas, como no pé, por exemplo, não impedem a prática de atividades como a natação, utilizando apenas os braços. Além disso, essa estratégia ajuda a preservar o condicionamento físico e torna o retorno aos treinos mais rápido.
Outro aspecto fundamental é o fortalecimento da região lesionada. Exercitar a musculatura de forma específica para cada esporte proporciona maior estabilidade às articulações e melhora a execução dos movimentos, reduzindo a possibilidade de recidivas.
Exercícios unilaterais e fortalecimento excêntrico são indicados para estimular mais fibras musculares e garantir uma reabilitação completa. Ademais, quando a recuperação estiver avançada, atividades pliométricas também podem ser incluídas, sempre com cautela, devido ao impacto envolvido.
Trabalhar a mobilidade articular também é um componente importante no processo de retorno. Muitas lesões são agravadas ou mesmo causadas por falta de mobilidade. O treinamento adequado, iniciado ainda nos primeiros estágios da reabilitação e respeitando os limites de dor, contribui para uma recuperação mais funcional e previne futuras ocorrências.
Corrigir a técnica esportiva é outra medida necessária. Aprimorar a mecânica dos movimentos, seja na corrida, na natação ou no ciclismo, evita compensações corporais que sobrecarregam articulações e até os músculos, reduzindo o risco de novas lesões. Para isso, investir em treinos educativos e na orientação de profissionais especializados faz toda a diferença.
Outro fator está na escolha das superfícies em que os treinos serão retomados. Isso também influencia diretamente na proteção da área lesionada. Grama, areia e esteiras de academia são preferíveis a pisos duros como asfalto, cimento ou pedra, pois absorvem parte do impacto e oferecem maior segurança durante a fase de readaptação.
Além disso, a progressão dos treinos deve ser feita com extrema cautela. Recomenda-se iniciar com 50% da intensidade ou volume habitual, aumentando cerca de 10% a cada semana, desde que não haja desconfortos ou dores. Evitar treinos de alta intensidade no começo e respeitar a resposta do corpo ao esforço físico são medidas indispensáveis para uma recuperação completa.
Ainda, durante todas essas etapas, manter contato com profissionais graduados na faculdade de fisioterapia é de extrema importância para se ter um acompanhamento adequado da reabilitação. São eles que avaliam a evolução da recuperação, indicam os exercícios mais adequados e corrigem falhas que poderiam comprometer o retorno às atividades, garantindo um processo de reabilitação ocorra de maneira segura e eficiente.
Então, respeitar o tempo do corpo, adotar uma abordagem gradual e contar com suporte técnico adequado são fatores que fazem toda a diferença para quem deseja voltar aos treinos de forma saudável, prevenindo novos problemas e assegurando o desempenho esportivo em longo prazo.
