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Rural Terça-feira, 22 de Setembro de 2009, 10:32 - A | A

Terça-feira, 22 de Setembro de 2009, 10h:32 - A | A

André fala durante evento sobre zoneamento de plantio de cana em MS

Jefferson Gonçalves e Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

O governador André Puccinelli (PMDB) foi sarcástico quando indagado por seus convidados em evento na manhã de hoje, em seu gabinete, sobre os impasses relacionados ao projeto de zoneamento agroecológico do governo Federal, que vetou o cultivo de cana-de-açucar na Bacia do Alto Paraguai, e o projeto apresentado pelo Estado, que permite o cultivo nesta área. Irritado, André ofendeu o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc. “Ele é um ‘veado’ fumador de maconha. Assumo que falei isso mesmo."

O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, citou a corrida Volta das Nações, a ser realizada no dia 11 de outubro, na Capital. “O senhor [disse sobre André] pode participar e o Minc também”, falou.

André respondeu: “Ele vai ganhar. Porque senão eu o alcançaria e ele vai ser estuprado em praça pública.”

As declarações foram dadas de maneira informal, em frente a quase toda mídia local - mas não diretamente dirigida a ela -, seguida de risos da maioria dos presentes na mesa.

André fala sobre “equívoco”

“Quem disser que a Bacia do Alto Paraguai é Pantanal tem que andar por aqui e conhecer a região. É uma idiotice afirmar isso”, reclama André. “O Minc [Carrlos Mic, ministro do Meio Ambiente] fumou e disse que o projeto de zoneamento apresentado estava incorreto e depois entregou o município de Sonora ao capital internacional [Sonora é a maior cidade da região que gera conflito, onde existe uma usina de álcool há 28 anos, "sem problemas", segundo André]. A WWF/ Brasil e a ONG Ecoa são favoráveis a nós”, Informa André. André diz que vai tentar novas conversas para tentar implementar o projeto. Segundo o jornal Folha de São Paulo, ele tem reunião maracda com Dilma Roussef (ministra-chefe da Casa Civil) ainda esta semana, mas ele não confirmou à imprensa).

O governador teme que o projeto que veda a plantação de cana na Bacia do Alto Paraguai seja aprovado pelo Congresso Nacional, porque o texto frusta o esforço do Estado, que seria para consolidar um perfil econômico da região Norte, segundo André, a que mais ressente de investimentos e tem a menor participação na economia de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o governador, dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) da ONU (Organização das Naçoes Unidas), cada 1 milhão de hectares de cana plantado equivale a 1,5 milhão de toneladas de CO² a menos por ano no ambiente. Estudos ainda mostram que dos 18,7 milhões de hectares no Alto Paraguai, o plantio de cana ocuparia apenas 1 milhão.

A proposta de zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar lançada pelo governo Federal, proíbe a construção de novas usinas [assim como o estadual] e a expansão do plantio em qualquer área da Amazônia, do Pantanal, da Bacia do Alto Paraguai ou em vegetação nativa de outros biomas.

A extensão territorial de Mato Grosso do Sul é de 37,7 milhões de hectares, das quais 18,7 milhões de hectares situam-se na área conhecida como Alto Paraguai, mas apenas 1 milhão de hectares seriam ocupados pela cana, segundo o estudo que embasou o projeto enviado à Assembleia Legislativa. Em nível nacional, o cultivo de cana ocupa uma área de 8,89 milhões de hectares, o que representa menos de 1% do território brasileiro.(modificado às 18:14 para acréscimo de informações)

Jefferson Gonçalves e Marcelo Eduardo - Capital News (www.capitalnews.com.br)

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