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Meio Ambiente Sexta-feira, 24 de Outubro de 2008, 11:26 - A | A

Sexta-feira, 24 de Outubro de 2008, 11h:26 - A | A

Cultivo de cana pode ser alternativa ao combate do aquecimento global

Lucia Morel - Capital News

A plantação de cana-de-açúcar pode ser uma alternativa, além de rentável, também aliada do meio ambiente. De acordo com a consultora da Axia Ambiental, de Brasília, Larissa Schimitt - que veio a Campo Grande para o IV Seminário de Direito, Águas, Energia, Aquecimento Global e seus Impactos na Agricultura e V Seminário de Águas de Mato Grosso do Sul – o cultivo de cana é bem menos agressivo ao meio ambiente que a pecuária, já que, além produzir um biocombustível que polui menos, também consome gás carbônico (CO2) durante seu crescimento, o que contribui para a conservação da camada de ozônio e a conseqüente diminuição do processo de aquecimento global.

“A cana em seu processo de crescimento capta muito gás carbônico, o que é muito positivo para que se agrida menos a camada de ozônio. Por isso, a diminuição das pastagens para o cultivo de cana é muito benéfico e não o contrário”, afirma.

A consultora, que proferiu palestra sobre “Aquecimento Global e Agricultura”, durante seminário que termina hoje na Assembléia Legislativa, disse ainda que no Brasil, o principal responsável pelo aquecimento global é o desmatamento, tanto na Amazônia quanto no Cerrado. “Se o ritmo de desflorestamento no Cerrado permanecer como está, em 2030 o Cerrado estará extinto”, garante Larissa com base em estudos já realizado.

Na maior parte dos outros países, o que mais contribui para o aquecimento global é a emissão de fósseis, ou seja, a emissão de gás metano e mesmo gás carbônico na atmosfera proveniente da decomposição de material orgânico. “Na Europa e nos Estados Unidos a emissão de fósseis representa 80% do problema do aquecimento global”, avalia.

Um dado que se mostra muito importante quando se fala em aquecimento global é o fato de que 90% desse problema é proveniente da ação do homem. “O desmatamento para abertura de pastagens ou para a retirada irregular de madeira, o criação inadequada de gado e outros raças e também o mau planejamento na emissão dos fósseis são as principais causas do aquecimento global”, destaca Larissa.

A consultora destaca ainda que, "se o Brasil fizer seu dever de casa pode contribuir sim para a desaceleração do aquecimento global".

Ela afirma que hoje não há mais contracenso entre cientistas e pesquisadores quando se refere a aquecimento global, uma vez que “hoje já está estabelecido que o problema existe sim”. A consultora elenca que, além do derretimento das geleiras, nos pólos, que são um “termômetro” do aquecimento global, a aceleração do que ela chama de “eventos extremos”, como seca, calor em excesso, muito frio e todas as disfunções dos fenômenos climáticos são reações do planeta diante da ação do homem e evidência do aquecimento global.
 

Preocupação
Uma da grandes preocupações dos organismos internacionais hoje é com relação ao cumprimento das medidas estabelecidas no Protocolo de Kyoto, em que vários países do mundo se comprometem a diminuir gradativamente as emissões de gases poluentes na atmosfera, provocando o efeito estufa, que gera o aquecimento global.

“A crise econômica mundial pode servir de desculpa para muitos países descumprirem o acordo, já que, como medida de contenção de riscos e mesmo econômicas, o meio ambiente pode ser o primeiro prejudicado”, prevê a consultora.

IV Seminário de Direito, Águas, Energia, Aquecimento Global e seus Impactos na Agricultura e V Seminário de Águas de Mato Grosso do Sul que acontece na Assembléia Legislativa segue até a tarde de hoje.

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