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Política Sexta-feira, 27 de Março de 2015, 10:28 - A | A

Sexta-feira, 27 de Março de 2015, 10h:28 - A | A

\"A política indígena no Brasil hoje é uma política de exclusão\" afirma secretário Riedel

Taciane Peres - Capital News

O secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel concedeu entrevista durante essa semana ao programa de rádio, Tribuna Livre da FM Capital 95,9 e falou sobre temas relevantes como questões indígenas, parceria e diálogo com o governo federal e retomada de investimentos ao Estado. Confira.

"A secretaria de gestão estratégica tem como objetivo fazer um planejamento do orçamento junto com o governo. Todas as áreas do governo a gente acompanha, orçamento para as pastas e fazemos um controle do que é prioridade. Uma das prioridades é a questão indígena que é um problema muito sério. Eu conheço bem esse problema enquanto estive presente como presidente da Famasul atuando de maneira determinante para encontrar uma solução. Mato Grosso do Sul vive um momento de insegurança a alguns anos, não só com a Buriti mas em outros problemas no sul do Estado, com os Terena, em Miranda e Aquidauana, e temos buscado uma solução definitiva. A Buriti seria o primeiro modelo de negociação entre o governo federal e produtores diretamente. O Estado tem o papel de buscar condições para que isso aconteça, mediar a interlocução e ajudar a viabilizar um acordo, principalmente na questão fundiária do Estado nessa história para fazer um atendimento bom para essas comunidades indígenas, seja para o seu desenvolvimento através das nossas agências de extensão, ou seja por ação social, todo tipo de carência, de necessidade. No caso da Buriti especificamente depois de dois anos de negociação, o governo federal apresentou a última minuta de acordo. Os produtores ainda estão reativos a esse acordo, por que não tem garantia de que vão receber esse recurso no ano que vem. Esse é o impasse hoje. Eu acho que essa discussão se estendeu demais, gerou muito desgaste, muito tempo para se resolver, vamos ver se agora as coisas começam a se destravar".

Inclusão de indígenas
Riedel também destacou como a questão indígena durante décadas foi deixada de lado por políticos e falta de apoio nesse setor. “A política para os indígenas no Brasil é uma política de exclusão. É uma política que entende que a comunidade deve estar apartada da nossa sociedade, para se falar de questão fundiária, eles querem arrumar mais terras para eles ficarem por lá e só. Não é esse o nosso entendimento. Não é que ele não deva ter acesso as comunidades e suas áreas, mas eles tem que ter instrumento de apoio social, não é possível ter desnutrição, falta de saúde, educação, falta de acesso a esses itens em uma região como Dourados, que tem aldeias vizinhas da cidade, bairros e temos que gerar esse suporte, e a política desse governo tem a intenção de justamente dar esse suporte dentro da secretaria em que temos a vice-governadora Rose Modesto a frente, com a subsecretaria de assuntos indígenas pegando pessoas dessas comunidades para conduzir esse projeto. Cada área tem uma diversidade grande de demandas nas regiões e temos que fazer com que o governo chegue a esses problemas, levando segurança e saúde a essas pessoas. É fácil? não. É um atendimento específico que foge a rede tradicional que o Estado tem e esse diálogo vem avançando, nos primeiros atos de governo para reunir essas demandas, lembrando que na questão fundiária não há ingerência sobre ela. Nós temos absoluta responsabilidade a dar esse suporte às comunidades”, destaca.

Relação com o governo federal
A relação com o governo federal está boa. O que não está bom é a economia nacional. O governo federal está passando por todo esse processo de ajuste necessário, até por conta do que ocorreu nos últimos anos e agora a conta chegou, o boleto chegou para a sociedade pagar. Nós temos que conviver com isso, o Estado sente isso também na sua arrecadação. Nós estamos governando já em janeiro e fevereiro com uma arrecadação menor do que o mesmo período no ano passado. Ai é que a gestão entra, não tem outro jeito, tem que dizer não algumas vezes. Temos que priorizar as ações de governo, que vai conduzir as coisas com responsabilidade fiscal pois não podemos gastar mais do que aquilo que temos capacidade de arrecadação. A relação com o governo federal é boa, a bancada federal tem trabalhado num sentido de buscas as emendas junto com o governo do Estado, em relação as nossas prioridades, o governador já colocou como prioridade a saúde e a bancada federal tem sido parceira nesse sentido para contribuir com projetos para Mato Grosso do Sul.

Segurança
“Na ocasião, o secretário também comentou sobre o aumento do efetivo no policiamento da Capital. O nosso objetivo é que o policial esteja na rua efetivamente, o policial em si como todo o suporte que está por trás desse servidor, com equipamentos, carros, materiais, com uma demanda boa de estrutura para a segurança pública, é lógico que estamos iniciando esse projeto de melhorias, com apenas 3 meses de governo chegando, nós fizemos um primeiro diagnóstico, mas agora já começam as ações especificamente para que tenhamos melhorias nesse serviço. O governador tem essas prioridades para criarmos condições melhores para a população”.

Investimentos
Os ministérios estão parados com recursos mas tenho certeza que em breve isso vai acontecer dentro do volume, da expectativa, do momento econômico mas nós vamos conseguir os recursos para os projetos prioritários. Em Três Lagoas por exemplo, se falando em investimentos, com a crise da Petrobras, naquela região está com 90% das obras concluídas mas paralisadas em função da Lava-Jato. O governador esteve na Petrobras com a diretoria responsável pela área, estamos em conversa com essa nova diretoria, reestruturando todas essas ações para que Três Lagoas volte a receber os investimentos e que se conclua e se destrave essa situação. Não é fácil mas essa crise vai passar e concluir este empreendimento.

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