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Cotidiano Terça-feira, 03 de Março de 2015, 18:46 - A | A

Terça-feira, 03 de Março de 2015, 18h:46 - A | A

Agentes denunciam coação e ameaças por parte de diretores de penitenciárias

Luana Rodrigues - Capital News

Um agente penitenciário, que não quis se identificar, denunciou à reportagem do Capital News, a existência de ameaças e tentativa de coação de agentes penitenciários que se recusam a cumprir horas extras em penitenciárias de Mato Grosso do Sul.

Em uma assembleia realizada na tarde da última quinta-feira (26), entre outras questões, a categoria decidiu não aceitar mais cumprir horas extras para mostrar às entidades responsáveis a necessidade da realização de concursos públicos ou contratação de agentes.

De acordo com a denúncia, vários agentes receberam ameaças de diretores de presídios, após não aceitarem fazer horas extras. “Eles dizem que vão nos transferir para outras unidades, e também que nunca mais poderemos fazer hora extra, caso um dia quisermos, é um absurdo”, denunciou.

Ainda de acordo com a denúncia feita à reportagem do Capital News, há uma comunicação interna (CI), circulando todas as penitenciárias do estado, exigindo que os diretores enviem uma lista com os nomes dos servidores que não aceitam cumprir o plantão extraordinário. “Eles querem saber quem não vai fazer horas extras, para depois chegar aos colegas e, por meio de ameaças, coagi-los a desistirem da decisão”, explicou o agente.

Além do não cumprimento de horas extras, entre as decisões tomadas pelos servidores em assembleia está também à realização das rotinas internas preservando a segurança e a integridade física dos agentes servidores. Os servidores exigem maior autonomia da Agepen, valorização salarial e reconhecimento dos agentes e interdição das unidades penais do estado.

O Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (Sinsap/MS), informou que está ciente das denúncias e na manhã desta terça-feira (03), enviou um comunicado aos diretores dos presídios, informando sobre a decisão da categoria. “Esse conjunto de medidas aprovadas democraticamente pelos nossos associados revela que o servidor está tomando consciência da real situação do sistema penitenciário, embora essas medidas contemplem a vontade de todos, lamentavelmente alguns diretores de unidades penais entendem que o sindicato está se posicionando contra os atuais administradores no intuito de destituí-los dos cargos. Todavia aventar essa possibilidade para desmobilizar o nosso servidor e certamente distorcer a realidade dos fatos”, informou o sindicato.

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