A H5N1,um subtipo da Influenza Aviária, volta a incomodar, e desta vez no Continente Americano. O Canadá, mais especificamente na Columbia Britânica, registrou casos de infecção da doença em animais na semana passada. Nesse local, há dois meses, dezembro de 2014, autoridades de saúde animal identificaram a presença do subtipo H5N2 da Influenza Aviária. A infecção vem atingindo as aves nativas, atingidas, provavelmente, por via indireta (através, por exemplo, das vias aéreas ou da água de bebida).
Foram vários os casos de dezembro, envolvendo planteis não comerciais com grande variedade de aves (patos, gansos, perus e galinhas), mas também planteis comerciais de corte e postura. O mais recente, com a presença do H5N1, foi detectado em um pequeno criatório de poedeiras mantidas em semi-confinamento. Do plantel de 94 aves, 81 delas (86%) morreram em consequência da infecção.
Os vírus da gripe aviária são vírus Influenza do tipo A, e seus hospedeiros naturais são pássaros selvagens, que normalmente não apresentam os sintomas da doença, mas as aves domésticas por sua vez podem vir a apresentar sintomas graves, quando contaminadas.
Em 2005 houve um surto de gripe aviária que infectou pessoas no Vietnã, Tailândia, Indonésia e Camboja; e infectou aves em Laos, China, Turquia, Inglaterra, Alemanha, Grécia e agora no Canadá. Os casos de gripe aviária em humanos são tratados com antivirais com ação contra o vírus da gripe, associados a terapia de suporte. Em 2003 ocorreram 117 casos com 60 óbitos, numa letalidade de 51,28%.
No momento a transmissão se dá das aves para as pessoas. O maior risco para a humanidade está na possibilidade do vírus sofrer alguma mutação genética que facilite sua transmissão entre seres humanos, pois para isso, tecnicamente não existirá uma vacina específica. Isto é, dados os fatos de que vacinas deste tipo não possuem longa vida e são custosas para serem produzidas, distribuídas e aplicadas em vastos grupos populacionais.
Governo realiza treinamento de emergência para Influenza Aviária:
A Secretaria de Agricultura e Pecuária realiza em março um Treinamento em Emergência em Aves para a Influenza Aviária. O evento faz parte do Programa Nacional de Sanidade Avícola. A capacitação é direcionada para veterinários e técnicos da secretaria, mas terá convites extensivos aos servidores do Ministério da Agricultura e das secretarias de agricultura do Paraná e de Santa Catarina, além de profissionais da iniciativa privada.
Um módulo teórico-prático será ministrado entre os dias 16 e 20 do próximo mês em Porto Alegre e contará com temas como legislação do Programa Nacional de Sanidade Avícola, plano de contingência, desinfecção e biosseguridade em granjas, além de epidemiologia e preenchimento de formulários. Os participantes terão treinamento para a colheita e remessa de material e necropsia, diagnóstico laboratorial e uso de EPI’s.
Já a parte de campo, com a realização de um simulado de emergência, será realizada de 23 a 27 de março na cidade Serafina Corrêa. Nesta etapa, os veterinários e técnicos passarão por uma simulação de situação realista, com as práticas para a atuação em um foco – e o cumprimento de todas as etapas para diagnóstico, notificação e contenção da doença – fundamentais para um serviço de sanidade e vigilância eficiente.
