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Rural Sábado, 31 de Janeiro de 2015, 07:29 - A | A

Sábado, 31 de Janeiro de 2015, 07h:29 - A | A

Curtumes esperam ano “bem difícil” em 2015

Taciane Peres - Capital News

A indústria brasileira de couro deve enfrentar uma situação de mercado “bem difícil” em 2015. A afirmação é do presidente executivo do CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil), José Fernando Bello. A expectativa de menor ritmo externo e falta de perspectiva de melhora no mercado doméstico justificam a avalia que, segundo ele não é pessimista, mas realista.

Com relação às exportações, a expectativa do setor é pelo menos manter os níveis do ano passado, quando o faturamento do setor chegou a US$ 2,93 bilhões, um crescimento de 17,8% em relação ao ano anterior. O que não deve ser tarefa simples, considerando, por exemplo, que os preços internacionais estão mais baixos.

Segundo Bello, um pé quadrado – medida adotada pelo mercado internacional que equivale a 0.09 metro quadrado – de couro na fase wet blue custava em torno de US$ 2,08 em novembro de 2014. Atualmente, está em torno de US$ 1,90. As cotações mais elevadas no ano passado possibilitaram um faturamento maior mesmo com a queda de 3% no número de couros embarcados, explica o executivo.

“O mercado vinha bastante demandado até outubro do ano passado e de lá para cá deu uma freada. A taxa de câmbio deu uma mão, mas não pode cair mais”, afirma, lembrando que a indústria brasileira exporta para mais de 90 países.

Bello lembra também que há menor atividade econômica nos dois principais clientes dos curtumes brasileiros: China e a Itália. No ano passado, o mercado chinês respondeu por 28% das vendas externas de couro brasileiro e os italianos por outros 14,4%. “Há sinais de menos compras. O cenário internacional, de um modo geral, está em compasso de espera”, alerta.

Sobre o mercado interno, não há expectativa de melhora, segundo o presidente executivo do CICB. A indústria calçadista, por exemplo, deve manter a tendência de migração para materiais sintéticos, com forte impacto sobre a demanda pelo produto. Atualmente, apenas 15% dos calçados produzidos no Brasil são em couro. “O consumo interno vem caindo. Não há sinais de melhoria em quantidade nem em incremento do uso de couro”, diz ele.

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