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ENTREVISTA Sexta-feira, 29 de Agosto de 2014, 18:30 - A | A

Sexta-feira, 29 de Agosto de 2014, 18h:30 - A | A

Gilmar Olarte analisa início de gestão e perspectivas para Campo Grande no seu mandato

Fernando Hassessian - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte recebeu a equipe do Capital News em seu gabinete para uma entrevista de cerca de 40 minutos. Na conversa, Olarte falou sobre o cenário político, a administração das pastas públicas e planos para o futuro.

A entrevista, realizada nesta sexta-feira, contextualiza desde o momento em que Olarte compôs a candidatura como vice-prefeito e quando assumiu o atual cargo, passando pela política atual e futura e o mais importante: a administração de Campo Grande.

Capital News: Como foi o contexto em que você foi lançado como candidato a vice-prefeito até assumir o atual cargo?

Gilmar Olarte: Eu tinha proposto retirar-me da disputa política. O Cesar Afonso do PP me convenceu a deixar os documentos prontos 15 dias antes da convenção eu confirmei em 2012 que não disputaria nem a eleição para vereador. No dia 30 de junho de 2012 eu fui procurado por indicação do Cesar Afonso. Fui convidado ao meio-dia para ser candidato à vice e às onze da noite após consultar as bases eu aceitei disputar a eleição. O meu segmento principal é o evangélico, alem do comercial, contabilistas e empresários. O segmento evangélico é o mais importante, e ele travou as eleições levando-as para o segundo turno e se eles não tivessem sido inseridos, as eleições teriam outro resultado. Eles foram fundamentais para a nossa eleição.

Capital News: Como foram os momentos que antecederam a mudança de gestão?

Gilmar Olarte: Veja bem: Quando você se candidata a vice você tem que estar preparado para assumir a qualquer momento a prefeitura. Desde quando me posicionei como vice, sempre estive estudando a Prefeitura, desde o inicio. Estudei cada pasta, fiz levantamentos, quando chegou a proximidade de assumir a prefeitura, estudei mais ainda. Quando assumi tinha muita coisa em mente e por isso as decisões foram rápidas.

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Próxima grande obra da Capital será o recapeamento da Avenida Bandeirantes
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Qual o maior problema que você se deparou?

Gilmar Olarte: Encontrei a prefeitura em uma situação muito difícil. O principal problema foi o desmanche da prefeitura, que demitiu funcionários antigos fazendo com que a máquina publica travasse. E quando começa a travar e travar, nada mais funciona, é um efeito cascata. Por exemplo: o as licitações não andavam, o setor financeiro não andava, os pagamentos não eram feitos. O setor financeiro tinha apenas 200 milhões em caixa sendo que deveriam ser pagos mais de 400 milhões vencidos. Hoje esta com tudo praticamente em dia.

Capital News: O fantasma da gestão anterior foi embora?

Gilmar Olarte: O fantasma foi embora, hoje todo mundo sente segurança. O empresário sente segurança por parte do prefeito, o investidor sente segurança, o cidadão comum sente segurança.

Capital News: O clima de tensão que o executivo teve com o judiciário, legislativo e imprensa respingou em seu mandato?

Gilmar Olarte: Eu não participei destas questões, só fui chamado quando ele foi cassado. Aí eu assumi e fui trabalhar. Já a imprensa estava muito sofrida quando eu assumi e hoje minha relação com a imprensa é boa, pois eu passei a respeitar.

Capital News: Durante a criação da comissão dos prefeitos sobre a duplicação da BR163, você citou que Campo Grande estaria pronta para uma “explosão de crescimento”. O que falta para impulsionar essa explosão?

Gilmar Olarte: Sim, Campo Grande está pronto para ter explosão de crescimento. O que impulsiona é segurança jurídica por parte do prefeito. Essa duplicação é um fator que cria um ambiente favorável para os investidores. Agora, o que eu acho que vai explodir de crescimento na Capital são estes fatores aliados ao porto seco, porto intermodal de cargas, exportação pelo pacífico, e isso é muito forte. Eu estou muito focado nisso. Também estamos tratando das questões aduaneiras, o desembaraço da mercadoria, tributação, pagamento dos impostos. Então vamos juntar todos esses fatores, e mais a criação do distrito industrial que nós queremos fazer em Campo Grande. A Capital vai crescer, não só em termos quantitativos, mas em termos qualitativos.

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Prefeito diz que governo de coalizão não permite partidarismo durante as eleições
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: O que teremos de recursos federais para obras em para 2015?

Gilmar Olarte: Temos 311 milhões de asfalto, cento e poucos milhões já foi licitado. E eu já dei ordem de serviço para asfalto, drenagem, calçadas e outras obras. O restante, falta licitar. A gente vai devagar porque a gente precisa de contrapartida, de rede de esgoto. A Águas Guariroba está com seiscentos e poucos milhões de investimento em esgoto liberados pela Caixa com anuência do Prefeito Gilmar Olarte. E o esgoto eu quero que corra junto: esgoto, drenagem e asfalto, para não cortar o asfalto depois. Também temos 180 milhões em mobilidade urbana e 110 milhões já assinei o contrato; mas porque não pôs a obra para funcionar? Porque entrou o período político, foi em cima da hora e não teve como licitar nada. Recapeamento total da avenida Bandeirantes, recapeamento da Brilhante, reforma e construção de novos terminais de ônibus, construção do viaduto da Coca-Cola, reforma na entrada de quem vem de Cuiabá.

Capital News: Vamos falar sobre o seu partido...

Gilmar Olarte: Partido Progressista, então vamos falar sobre o PP. Conversei com o presidente, sou prefeito, quero que me passe o partido. Ele me disse: prefeito, tenho compromisso, tenho que cumprir meu compromisso. Terminou as eleições e ele tem o compromisso de me passar o partido, daqui pra frente, eu organizo o partido e toco junto com meus companheiros. Devo indicar César Afonso para a presidência.

Capital News: Então não há possibilidade de você sair do partido?

Gilmar Olarte: Se depender de mim não. O presidente tem esse compromisso comigo, e eu acredito que ele vá cumprir. Se o PP não cumprir o compromisso, aí sim eu saio.

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Relação com a Câmara e com o governador André Puccinelli são "excelentes"
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Qual será o orçamento para a Prefeitura trabalhar em 2015?

Gilmar Olarte: Pela Câmara, serão mais de três milhões pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Capital News: Você tem se mantido isento no processo eleitoral, dá para se manter isento em um momento como este sendo prefeito de uma cidade tão grande?

Gilmar Olarte: Eu fico isento porque não tenho outra opção. Tenho que respeitar os compromissos feitos na coalizão do meu governo. O governo se deve muito a esta coalizão. Quero aproveitar este espaço e agradecer aos partidos e à Câmara Municipal, pois ninguém faz nada sozinho. A Câmara está caminhando junto, em harmonia, e os partidos estão nos apoiando. Então eu não posso quebrar essa harmonia que está fazendo com que Campo Grande respire. Campo Grande tem histórico de boas coalizões. Eu já fui vereador, eu acompanhei. Quando tinha o PT como oposição, era uma oposição saudável. A oposição é positiva.

Capital News: Como a prefeitura está solucionando as pendências sobre o Gisa?

Gilmar Olarte: O ministério da Saúde nos deu um ano para resolver o Gisa. Vou nomear uma comissão e a comissão vai decidir o que deve ser feito. Mas agora tem que falar de médico, de remédio, que temos que melhorar o atendimento, dar um resultado rápido para a população. aí eu esvazio as UPAs.

Capital News: Qual o maior problema da saúde: recurso ou gestão?

Gilmar Olarte: Os dois. Primeiro, a saúde atende todo mundo e nem todos contribuem, a conta fecha? Essa conta não vai fechar nunca. É como você dizer que vai ter uma despesa de cem ganhando cinqüenta. Segundo: O gerenciamento! Precisamos gerenciar melhor, e isso a gente aprende na iniciativa privada, eu sou da iniciativa privada e sei disso. Então vou buscar esse equilíbrio. Terceiro: humanizar o atendimento. Como é que você vai humanizar o atendimento se o servidor estiver sem esperança, sem alegria, sem sonho, é perseguido, encurralado num canto. Nós precisamos abrir essa discussão. Temos que valorizar o servidor para poder atender um serviço melhor.

Capital News: O Hospital Pediátrico poderá ser um marco na sua gestão em saúde?

Gilmar Olarte: O hospital pediátrico é uma emergência. Temos que atender. Em vez de montar sete ou oito CRS ou UPAs com equipes que eu não tenho de onde tirar, que eu não tenho médico, eu monto uma bem centralizada, mantenho as que tem, treino as equipes para atender o protocolo internacional das sete principais doenças, faço estar em condições de atender as crianças em unidades de saúde e tenho 24 horas por dia a solução para todas as respostas que não foram encontradas nas unidades de saúde.

Capital News: Como será resolvida a vida dos trabalhadores no lixão?

Gilmar Olarte: Aos trabalhadores que estavam lá foram oferecidas 200 vagas com salário de mais de mil reais com cesta básica, carteira assinada, todos os benefícios para que eles se mantivessem e trabalhassem.

Capital News: Na gestão anterior, nenhum contrato de construção de casas foi assinado. Qual é a sua meta em habitação?

Gilmar Olarte: Cinco mil casas até o fim do mandato. Ontem mesmo assinei ordem para mais de 200.

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"O resultado do meu trabalho e a vontade da população é que vão decidir se vou concorrer à reeleição"
Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Como está seu relacionamento com o governador André Puccinelli?

Gilmar Olarte: Excelente! O governador me abriu as portas, tem sido um parceiro, e acho que é fundamental o prefeito de uma capital trabalhar em harmonia com o governador, seja o André, ou seja qual for. Ganha o estado, ganha o município e a população. E seja quem for o governador eleito, terei um bom diálogo.

Capital News: E a Câmara de Vereadores?

Gilmar Olarte: A mesma coisa, quando tem que criticar ou reivindicar eles reivindicam, mas é o papel deles. Estão todos fazendo um bom trabalho.

Capital News: Qual você gostaria que fosse o marco da sua gestão?

Gilmar Olarte: Se eu conseguir esse sonho meu, que é dar uma resolutividade da saúde, na ponta (se refere ao atendimento ao cidadão), se eu conseguir frear a questão do trânsito, com a presença e ampliação da Agetran e a Guarda Municipal com poder de polícia, armada, com bastante viaturas, fazer com que reduza o numero de traumas, porque aí eu alivio os hospitais também.

Capital News: Já pensa na reeleição?

Gilmar Olarte: Eu tenho trabalhado muito, mas é o resultado do meu trabalho e a vontade da população que vão decidir. Se a população decidir que sim eu vou, senão, considero o dever cumprido, vou cuidar das minhas atividades.

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O prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte
Foto: Deurico/Capital News

 

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