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Coxim Domingo, 20 de Julho de 2014, 07:31 - A | A

Domingo, 20 de Julho de 2014, 07h:31 - A | A

PMA apreende pescado e turistas denunciam o ato ao MPF

Alessandra Marimon (Especial para o www.capitalnews.com.br)

O Ministério Público Federal (MPF) foi procurado por dois turistas do interior de São Paulo para denunciar o que eles definiram como apreensão irregular de pescado, por ordem do comandante da PMA (Polícia Militar Ambiental) de Coxim, capitão Edmilson Oliveira da Silva. As informações foram extraídas do portal Edição de Notícias MS.

Na última quarta-feira (17), José Anísio Luiz de Almeida, de 51 anos, e Júlio Francisco de Andrade, de 57 anos, foram até a 3º Companhia da PMA, para levar para Santa Ernestina (SP) os peixes capturados durante a estadia em Coxim. Foram 22 exemplares da espécie piraputanga e oito de piauçu, que totalizaram 24,5 quilos.

Ao apresentarem os peixes, o comandante da PMA informou que as piraputangas tinham grande supressão de escamas no dorso, o que significava descaracterização do pescado. Isso levou na apreensão de todo o pescado e aplicação de multa no valor de R$ 1,2 mil.

Segundo os turistas, um dos policiais chegou a contrariar o capitão, dizendo que os peixes não foram malhados, mas a vontade do comandante prevaleceu. Indignados, Almeida e Andrade argumentaram, alegando que as escamas das piraputangas saem facilmente, principalmente no dorso, onde é apoiado na mão para limpeza do peixe. “Jamais viríamos à polícia para vistoriar e lacrar pescado capturado de forma irregular”, comentou um dos turistas.

Mesmo assim, a PMA apreendeu os peixes, emitiu laudo de constatação e afirmou grande supressão de escamas no dorso da maioria das piraputangas.

De acordo com os turistas, o que causou estranheza foi a forma como a situação foi conduzida pelos policiais. Eles contam que, ao insistirem na argumentação, foram ameaçados de prisão pelo capitão Oliveira. Almeida e Andrade também questionaram a ausência de peritos para analisar o pescado.

Na assessoria de imprensa da PMA, em Campo Grande, a informação é de que a perícia não foi acionada porque o caso ficou apenas na esfera administrativa. Neste caso, os turistas teriam que provar que não pescaram de forma irregular, conforme a PMA. À reportagem do Edição de Notícias o comandante da PMA de Coxim disse que o pescado apreendido vai ser doado, mas se recusou a informar o destino dos quase 25 quilos de peixe.

Além da denúncia ao MPF, os turistas vão constituir advogado e prometem lutar para combater o que definiram como injustiça.
“Concordamos que tem de fiscalizar e combater aqueles que prejudicam a natureza, mas não podem partir do princípio que todos são desonestos. Esperamos por nossas férias, viajamos mais de mil quilômetros e passamos dias agradáveis em Coxim. Isso não vai ficar assim”, prometeu Almeida.

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