A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), realizou na manhã desta quarta-feira (23) a reconstituição da morte do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, de 32 anos, na Capital. Os três envolvidos, Thiago Henrique Ribeiro, 21, Rafael Diogo, o “Tartaruga”, 24, e uma adolescente de 17 anos, estavam presentes. Já o rapaz Jeferson do Santos, 21, que emprestou a arma usada no crime, não compareceu por não ter tido participação direta.
“A reconstituição confirmou os fatos do inquérito policial e a participação, com frieza, de cada um no caso. O Thiago, por sinal, é extremamente inteligente, mas a usou para o mal. A adolescente insiste em negar sua participação, mas as provas dizem o contrário. Todos participaram em conjunto”, afirmou a delegada Maria de Loudes Cano, responsável pela investigação.
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Bandidos usaram placas originais em carro de empresário executado no São Jorge da Lagoa
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Veículo da vítima, que era de cor prata e agora reformado
Foto: Reginaldo Coelho/Capital News
A adolescente foi quem ligou para a vítima fingindo se interessar no veículo. Logo, Thiago combinou o encontro com Erlon, em frente à fábrica da Coca-cola, na Avenida Gury Marques, para seguirem até à casa da menor de idade, que se disse tia de Thiago.
Assim que chegaram na casa, no Bairro São Jorge da Lagoa, onde estava a menor de idade e Rafael, todos se sentaram em cadeiras no quintal para conversarem sobre a venda. Neste momento, o pai de Erlon telefona, mas o filho diz que depois retornaria a ligação. Porém, o celular da vítima aciona, sem querer, a rediscagem, conforme informações da delegada. Como o celular do pai deu desligado, uma parte do áudio da negociação foi gravada pela caixa de mensagens.
Em certo momento da conversa, Thiago se retira repentinamente, entra na casa e volta em posse de um revolver. O jovem passou por detrás da vítima e logo atirou na nuca de Erlon, que em momento algum percebeu atitudes suspeitas, segundo a delegada. “A vítima foi iludida pelo poder de convencimento e de persuasão dos envolvidos”, afirmou Maria de Lourdes.
Delegada Maria de Lourdes Cano afirma que o trio agiu com frieza e persuasão, ao iludirem a vítima
Foto: Reginaldo Coelho/Capital News
Em seguida, a adolescente limpa o sangue do local, com um lençol, e os rapazes carregam o empresário para dentro da fossa da residência. De acordo com Maria de Lourdes, a perícia ainda não confirmou se a vítima foi enterrada ainda viva, apesar de afirmar ter ouvido em um dos depoimentos do envolvidos, que Erlon estaria muito ofegante no momento do enterro. O perito criminal Domingos Sávio Ribas informou apenas que o tiro entrou na nuca da vítima e saiu pelo olho direito.
O veículo foi levado para uma funilaria onde foi totalmente reformado. Thiago já possuía outra placa de carro, que ali foi instalada no veículo da vítima. “Estamos investigando a procedência desta placa”, disse a delegada. O funileiro foi indiciado por receptação de produto roubado, porém segue em liberdade após pagar fiança, já que não há provas que ele sabia da procedência do veículo.Erlon sumiu no dia 1 de abril e seguiu desaparecido por cinco dias até ser encontrado na fossa da residência. A arma do crime foi localizada enterrada em um terreno baldio, no bairro Dom Antônio.
