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Rural Domingo, 20 de Abril de 2014, 07:02 - A | A

Domingo, 20 de Abril de 2014, 07h:02 - A | A

Controle do Javali foi tema de debate da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul

Juliana Rezende - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O aumento da população de javali ocasionou grandes impactos econômicos, sanitários, ambientais e, até mesmo, sociais em Mato Grosso do Sul. Na cidade de Rio Brilhante, áreas atingidas por esses animais resultaram em prejuízos de até 30% nas lavouras de milho safrinha 2013/14, por exemplo.

A afirmação é do presidente do Sindicato Rural do município, Luis Otávio Britto Fernandes, após reunião realizada na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), nesta semana, com representantes de entidades públicas e do setor, com a finalidade de debater o papel de cada instituição no controle do javali.

Conforme informações da Federação, a área citada pelo presidente do Sindicato Rural corresponde a 500 hectares referente a um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), junto com a instituição.

"Durante a reunião na Famasul, ficou acordado que o estudo será ampliado a quatro municípios, além de Rio Brilhante, que seriam Ponta Porã, Dourados, Itaporã e Maracaju", afirmou o dirigente dando ênfase ao fato de que as cidades foram escolhidas por sua localização e não pelo agravamento da situação, problema que já ocorre em todo Estado.

Para o médico veterinário do Sistema Famasul, Horácio Tinoco, é preciso aumentar a divulgação de informações em relação ao risco sanitário proveniente do animal.

"Desde 2009, os produtores rurais de Mato Grosso do Sul sofrem com a ação desses animais, que são exóticos, de difícil contenção, não têm predadores naturais, se proliferam rapidamente, podem apresentar comportamento agressivo e se alimentam também das lavouras de milho da região", ressalta o especialista.

O médico veterinário da Famasul aponta os fatores prejudiciais do aumento da população do javali. "No sentido econômico, o município perde por não recolher o ICMS do milho não colhido, por causa da destruição feita pelo javali. Quando o assunto é sanidade, este animal doente próximo a uma granja suína pode comprometer toda a produção e resultar em restrição do comércio de países importadores. Além disso, as frequentes invasões em território rural podem disseminar diversas enfermidades. Em relação ao meio ambiente, os animais cavam as beiras das nascentes dos rios, modificando o cenário inicial e modificam também a fauna nativa ao competir com os animais da região, como queixada e cateto", exemplifica Tinoco.

A reunião na Famasul discutiu o cumprimento da Instrução Normativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), nº 03/2013, que decreta a nocividade do javali e dispõe sobre o seu manejo e controle.Desde o início de 2013, o Ibama autorizou o controle populacional do javali em todo o território nacional, com o objetivo de sanar os problemas causados pela espécie. As pessoas físicas e jurídicas que desejam realizar o manejo do javali deverão inscrever-se previamente no Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.

 

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