Depois de ver uma publicação no facebook, a polícia identificou quatro suspeitos de participar de três roubos de veículos na Capital. As investigações sobre o caso apontam que os crimes eram encomendados por detentos do Presídio de Segurança Máxima.
O suspeito Joel William Reis da Silva Cruz, 18, mais conhecido como “Sacolinha”, publicou uma foto no Facebook, em que ele aparece segurando algumas notas de dinheiro, possivelmente adquiridas nos roubos e um revólver de calibre 38, usado para cometer os assaltos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Maércio Alves Barboza, da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), dois adolescentes, de 16 anos, e outro jovem, de 20, mais conhecido como “Pequeno”, foram apontados como suspeitos de praticar os crimes ocorridos no dias 5 e 10, deste mês.
Segundo o delegado, o jovem apontado como “Pequeno” chefiava o grupo. Ele recebia a ordem dos detentos e repassava a informação para os demais. “De dentro do presídio, eles pediam o carro e inclusive a cor. Cada um deles recebia de R$ 300 a R$ 500 por veículo”, contou.
Conforme as investigações, após serem roubados, os carros eram levados, por outra pessoa, contratada pelo grupo, para conduzir os veículos até a Bolívia ou Paraguai. Nos países vizinhos os carros eram vendidos ou trocados por entorpecentes a fim de abastecer o tráfico. O restante do dinheiro era devolvido aos detentos.
O delegado informou que na última quinta-feira (10), os suspeitos roubaram um veículo Fiesta, na Avenida das Bandeiras, na esquina com a Rua do Touro, no Bairro Marcos Roberto. O carro foi localizado nessa segunda-feira (14), na Rua Charlote, no Bairro Aero Rancho, na saída para Sidrolândia.
Barboza informou que no veículo estava a condutora e três crianças. Além do carro, os suspeitos teriam roubado R$ 2 mil, que foram gastos no mesmo dia. Para cometer os crimes, o grupo usava um revólver de calibre 38. A arma pertence a um dos menores e até o momento não foi localizada.
Para o delegado, os crimes envolvendo os menores é resultado da falta de estrutura social. “O problema é a educação repassada aos jovens. Infelizmente os responsáveis não estão conseguindo passar regras básicas de responsabilidade, convivência, moral e bons costumes. Ainda vivemos em uma sociedade consumista e àqueles que têm a mente fraca e não possuem o bom exemplo em casa, acabam cometendo as infrações”, destacou.
Os suspeitos moravam nos bairros Jardim Nha-nhá e Marcos Roberto e tinham passagens pela polícia. O delegado ressaltou que o caso está sendo investigado em parceira com a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (Defurv) e que as medidas judiciais cabíveis serão adotadas.
