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Cotidiano Sexta-feira, 09 de Novembro de 2012, 19:30 - A | A

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Manifesto pelos índios Guarani-Kaiowá que começou na internet paralisa centro da Capital

Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Um manifesto em favor dos 170 índios Guarani-Kaiowá, que ocupam uma fazenda em Iguatemi, e pela demarcação de terras em Mato Grosso do Sul mobilizou ao longo desta sexta-feira (9) cerca de 1.000 pessoas no centro de Campo Grande com diversas manifestações na praça Ary Coelho. No início da noite, os manifestantes chegaram a deitar no meio da rua, no principal cruzamento da cidade, da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena.

“Um, dois, três, quatro mil, ou faz demarcação ou paramos o Brasil”, gritavam os manifestantes, ainda deitados. A manifestação foi organizada pela internet e é uma das inúmeras pelo Brasil em favor dos Guarani-Kaiowá.

O manifesto reuniu várias pessoas, a maioria estudantes, mas também pessoas bem conhecidas como presidente da Fetems, Roberto Botareli, o ex-governador e vereador eleito Zeca do PT e figuras folclóricas como Paulinho do Radinho. Artistas e freiras também marcaram presença.

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Ex-governador Zeca do PT diz que falta vontade política para resolver questão fundiária indígena
Foto: Deurico/Capital News

“Acho essa manifestação legítima e importante para a conscientização da sociedade e defesa dos povos indígenas”, afirmou Zeca do PT. Ele avaliou ainda que falou coragem do governo federal em demarcar as terras indígenas.

A estudante Ana Claudia Alves de Oliveira, do curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), fez questão de participar da mobilização. “Eu faço História e o curso abre um horizonte nessa área. Os indígenas Guarani-Kaiowá estão sofrendo muito e o poder público não está fazendo a sua parte”, afirmou.

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Ana Claudia Alves de Oliveira, do curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), fez questão de participar da mobilização
Foto: Deurico/Capital News

“Essa situação não pode continuar. É um crime para o nosso país. Parece que pode matar indígena, que pode queimar, que pode colocar fogo em ônibus. Nunca tem prisão para quem faz isso. Quem faz tem nome e sobrenome, é dono de fazenda. Lei é para todo mundo”, afirmou o estudante Sérgio Anastácio de Souza Junior, do coletivo Terra Vermelha, que organizou a mobilização.

O cacique Basílio Jorge, da etnia Terena, também fez questão de participar da mobilização. Ele é da aldeia Lagoinha, na saída para Sidrolândia. Ele contou que resolveu participar da manifestação em solidariedade com os índios Guarani-Kaiowá.

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Cacique Terena também participou da manifestação
Foto: Deurico/Capital News

A questão fundiária indígena, motivo de conflitos constantes principalmente na região Sul do Estado, voltou a ganhar repercussão nacional por conta da situação de Guarani-Kaiowá, que ocupam área em uma fazenda em Iguatemi. Os indígenas reivindicam a área como terra indígena tradicional.

Inconformados com a decisão do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) determinando a reintegração de posse, os índios divulgaram um texto em que afirmavam que seria melhor terem decretado a morte deles. A declaração foi interpretada como uma ameaça de suicídio coletivo e foi amplamente difundida por meio das mídias sociais.

Por conta dessa repercussão, uma comissão de deputados e senadores promete visitar acampamentos indígenas e aldeias Guarani-Kaiowá em Mato Grosso do Sul para ver de perto as condições em que vivem os integrantes da etnia.

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