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Reportagem Especial Domingo, 06 de Novembro de 2011, 07:32 - A | A

Domingo, 06 de Novembro de 2011, 07h:32 - A | A

Fotógrafo que preserva imagens históricas tenta lançar livro há mais de uma década

Isabela Carrato - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Ótimo contador de história, criativo e com acervo fotográfico fantástico. Assim é possível definir Roberto Higa, 59 anos, que, com sua máquina fotográfica, registrou momentos históricos como o nascimento de Mato Grosso do Sul na década de 70.

Com 43 anos dedicados à fotografia, Higa tem um sonho: quer publicar um livro com as principais imagens captadas por ele.

Sem patrocínio, ele busca ajuda na internet para conseguir viabilizar a publicação.

Ele juntou parte do acervo para mostrar a história do Estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nos diversos temas como política, cidade, esporte, fazendo referências às editorias de um jornal.

Quando ele iniciou o projeto, o título do livro seria “Roberto Higa 30 anos de fotojornalismo”, hoje o nome mudou para “Roberto Higa 40 anos de fotojornalismo”.

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Roberto Higa exibe sua primeira máquina fotográfica com a qual começou seu acervo
Foto: Deurico/Capital News

O projeto do livro é de Luca Maribondo e as fotos e os fatos são do próprio Higa.

Higa se sempre orgulhoso de ter fotografado as grandes mudanças que o Estado de Mato Grosso do Sul sofreu.

Para ele o que mais marcou para o Estado de Mato Grosso, foi à inauguração da Universidade Federal de Mato Grosso.

Ele relata que a universidade tornou-se um motivo de orgulho para a população local.

Higa lembra que antes só faziam curso superior filhos de famílias que tinhas posses, pois tinham dinheiro para pagar moradia em outro Estado, mensalidade, roupas, calçados.

“E aqui nós éramos conhecidos como o Estado da lei do 44 e lei do 38. E então com a chegada da universidade foram chegando estudantes de outros estados. O Estado ganhou um outro perfil”, relembra fotografo.

De tragédias a festas

Ele também acompanhou tragédias naturais, como a enchentes, e um acidente de avião até festas da “sociedade campo-grandense”.

O Avião Búffalo que caiu em Ponta Porã em 1974 poderia ter interrompido a longa história de Higa com a fotografia.

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Queda de avião matou todos os tripulantes; Higa chegou atrasado e não tomou o voo
Foto: Roberto Higa

Ele era um dos passageiros, mas não embarcou por ter chegado atrasado à Base Aérea de Campo Grande.

Pouco depois coube a ele fazer a cobertura fotográfica no desastre. Ele foi de carro até o local.

Entre as fotos marcantes há ainda a conhecida imagem do índio Marçal de Souza, o banguela de lábios de mel, que ganhou projeção nacional.

“Tenho mais de 180 mil fotogramas, trabalhava aqui em Campo Grande, (MS), Rondônia (MT), no Acre (AC), Cuiabá (MS). Em tudo quanto é canto eu tinha serviço pra fazer”, informou.

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Fotógrafo exibe orgulhoso imagem de Campo Grande no início da década de 80
Foto: Deurico/Capital News

“Eu também fotografei o nascimento da cidade Sinop (MT). Ela tinha 16 famílias chegando do Paraná em três a quatro ônibus. Sinop significa Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná, e hoje a cidade de Sinop é a quarta maior cidade do Estado de Mato Grosso, e sua população em média de 150 mil habitantes” acrescentou Higa.

Em 1981, ele acompanhou os sem terra de Itaquiraí, no sul do Estado de MS. “Chegaram à cidade que na época chamava-se São Pedro do Alto Aporé, o nome desta cidade hoje é Chapadão do Sul. Chegamos junto com a bandeira dos sem terra. A cidade foi colonizada por sem terra, eu tinha muito serviços, na época eu era praticamente sozinho”, destaca.

Chegou a fotografar do primeiro computador no Mato Grosso do Sul até a Copa do Mundo aqui no Brasil. Inclusive, foi ele quem fez o primeiro vídeotape transmitido pela TV morena, de 1970.

Higa também foi pioneiro em outro filão do ramo da fotografia. Foi ele quem fotografou o primeiro o primeiro nú em terras sul-mato-grossenses.

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Higa exibe outra fotografia histórica de seu acervo, o primeiro nú artístico feito em MS
Foto: Deurico/Capital News

Ele usou vaselina líquida e areia batida para dar textura diferenciada na foto.

No currículo do fotógrafo consta trabalhos feitos para revistas nacionais da Editora Abril como a Placar. Higa que não pretende parar de trabalhar tão cedo presta serviços na Assembleia Legislativa.

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Higa mostra os crachás dos veículos em que trabalhou e das coberturas que participou
Foto: Deurico/Capital News

Campanha virtual

Com a ajuda da filha Akemi Higa, o fotógrafo está criando um acervo virtual para ser postado no Facebook. O trabalho teve início em 2010.

Em seus trabalhos, ele faz comparações com Campo Grande de ontem e hoje. Ele registra animais em seu habitat natural e também nas áreas urbanas.

Higa usa a internet com a intenção de preservar a memória fotográfica de seus trabalhos, mas é também alternativa ao projeto da publicação ainda sem dinheiro.

Profissão fotógrafo

Higa iniciou sua vida profissional como oficce boy do jornal Diário da Serra.

Seus primeiros passos na fotografia contaram com a ajuda de um experiente profissional.

“O fotografo Danton Garro veio para tratamento de saúde em Campo Grande, me ofereceu uma oportunidade de me tornar fotógrafo, desde que eu tomasse conta dos filhos que estudavam próximo ao jornal. Das 11h da manhã ate ao meio dia, ele saia do jornal e eu ficava brincando com os filhos dele na Praça Ary Coelho. O Danton Garro já tinha trabalhado em diversos órgãos de imprensa do Brasil, inclusive, cobrindo quatros Copas do Mundo. Dois anos depois eu já estava trabalhando profissionalmente”, relembrou Higa.

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Higa exibe as placas nas quais eram impressas as imagens fotografadas décadas atrás
Foto: Deurico/Capital News

Acompanhe Higa pelo facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100002116281638

 

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 Por Isabela Carrato - Capital News (www.capitalnews.com.br)

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Larissa Ramos 08/11/2011

Higa não é somente um fotógrafo de olhar penetrante e vibrante para história de MS, mas é também um artista... E é um absurdo não conseguir verba para publicar um sonho, seu livro, o qual já deveria ter várias edições. Cadê as autoridades? Não querem tanto que o povo do Estado sinta orgulho de ser MS? Mas, cadê a contribuição e dedicação a isto? O orgulho de ser MS começa pela divulgação de sua cultura, só que preferem cultivar a cultura bovina agrária do que propriamente dita artística... Tem que explorar os talentos da Terra ao invés de explorar gados em leilões!!!

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