Neste mês de outubro, a prefeitura de Campo Grande publicou pelo menos três editais de convocação de médicos e garante que neste ano foram chamados mais de 600 profissionais para reforçar o atendimento na rede pública de saúde. Mas, do outro lado, pacientes reclamam, principalmente em redes sociais, sobre a precariedade que continuam encontrando diariamente.
Segundo nota divulgada no site da administração municipal, novo edital que saiu na terça-feira (17) fez o chamamento de mais 24 médicos plantonistas e especialistas inscritos no cadastro temporário. A publicação também diz que desde o começo do ano as seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os quatro Centros Regionais de Saúde (CRSs) da cidade já receberam reforço de 632 novos médicos plantonistas.
Apesar da exibição do grande número de novos convocados, a população que precisa recorrer à saúde pública indica outro cenário: o da falta de médicos que ainda continua. Entre as reclamações, uma delas feita pelo Facebook, no grupo “Aonde NÃO ir em Campo Grande-MS”, uma internauta narra o drama que viveu com a mãe no início da semana.
A mulher conta que assim como a mãe, outras dezenas de pacientes esperaram horas por atendimento. “ O que será da saúde de Campo Grande? Minha mãe está desde as 8 da manhã aguardando atendimento na UPA da Moreninha e até agora nada. Está totalmente lotado, pai com bebê no colo desde às 9 aguardando atendimento. Realmente muito triste ver que tantas coisas precisam ser melhoradas e o descaso de nossas autoridades só faz piorar o que já não é bom! Ah desde as 11:30 ninguém mais foi chamado! (sic)”, declarou na postagem feita às 14h09 e ela ainda continuava pela UPA.
No mesmo grupo, outro internauta reclama da qualidade do atendimento. O rapaz diz que durante três semanas percorrendo unidades de saúde, foi atendido por oito médicos e diagnosticado com “problema psicológico”, mas depois ele descobriu que estava com dengue.
“Depois de três semanas de negligência médica, diga-se má vontade, cá estou sofrendo de Dengue. Vergonha da classe médica campo-grandense. Fui atendido por 8 médicos, sem que nenhum ao menos encostasse o estetoscópio em mim. Horas de espera, para atendimento de 3 min e segundo. Os “especialistas” que nem colocam a mão no paciente, o meu problema era psicológico, insistiam em dizer que era síndrome de abstinência de nicotina, foi necessário eu chegar sangrando no hospital, para que uma “Anja enfermeira”, percebesse o que estava acontecendo. Meu respeito aos enfermeiros e meu maior repúdio e nojo a classe médica das UPAS desta cidade (sic)”, diz parte da reclamação.
Em outro trecho, o rapaz fala sobre o uso de telefones celulares. “Aliás, proíbam o uso de celulares dentro das UPAS pela classe médica e quem sabe assim o cidadão terá um atendimento mais digno. Pois a fofoca do WhatsApp é mais importante que a saúde do ser humano”, finaliza.
A pedido do setor de comunicação da prefeitura, a reportagem enviou e-mail para saber sobre as reclamações de falta de médicos que ainda continuam, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria.