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Rural Quinta-feira, 24 de Maio de 2018, 17:29 - A | A

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EM PARIS

Brasil passa a ser considerado país livre de febre aftosa com vacinação

Blairo Maggi recebeu certificação durante reunião da Organização Mundial de Saúde Animal

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Mapa

Brasil passa a ser considerado país livre de febre aftosa com vacinação

Ministro Blairo Maggi recebe o certificado durante reunião da OIE, em Paris

O Brasil recebeu o status de país livre de febre aftosa com vacinação, nesta quinta-feira (24). O ministro Blairo Maggi, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, recebeu o certificado durante a 86ª reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris.

 

Depois de mais de 50 anos de trabalho na erradicação e prevenção da febre aftosa nos rebanhos, a condição sanitária foi estendida para todos os estados, além de Santa Catarina, que é considerada livre sem vacinação. 

 

Blairo Maggi ressaltou a perspectiva de ampliação de mercados para as carnes bovina e suína. “A partir desse reconhecimento, o Brasil tem novo status no mercado mundial e poderá acessar mercados que ainda estão fechados”, comemora.

 

O ministro explicou que novos tipos de carne passarão a ser negociados, principalmente com países asiáticos. “Não era possível, até agora, por exemplo, exportar para a China carne que contém osso”, afirma.

 

Outro “efeito colateral”, citado por Maggi, são as exportações de carne suína. O produto brasileiro não era aceito no mercado, devido a ausência do status de país livre de febre aftosa. “Temos um estado na federação que é livre sem vacinação, então, esse podia exportar por exemplo, para o Japão, para Coreia e outros mercados. Com a mudança, você tem mais gente para conversar, mais países para comercializar”, disse.

Mapa

Brasil passa a ser considerado país livre de febre aftosa com vacinação

Certificado da OIE que confere ao Brasil o status de livre da aftosa com vacinação

Próximo passo

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê que até 2023 deve ser possível cessar a vacinação no país, iniciando a retirada da vacina contra aftosa já a partir do ano que vem.

 

“Temos esse cronograma definido em função do fluxo de animais, porque uma vez declarado o estado como zona livre, não é possível transitar mais por ele com animais procedentes de outro com situação diversa. E também há atuação nas fronteiras, desde a Argentina, Paraguai, Bolívia, Venezuela, países com os quais há um programa conjunto”, explica Blairo Maggi.

 

Febre aftosa

A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após a detecção. 

 

O vírus está presente em grande quantidade nas feridas e também pode ser encontrado na saliva, no leite e nas fezes dos animais. A transmissão pode ocorrer por contato direto com outros animais infectados ou por alimentos e objetos contaminados. Calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes também podem transmitir o vírus, que é capaz de sobreviver durante meses em carcaças congeladas.

 

O animal contaminado apresenta febre alta, que diminui após dois ou três dias. Em seguida, aparecem pequenas bolhas que se rompem e causam ferimentos. O animal deixa de andar, comer e podem até morrer dependendo da idade. 

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