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Política Quarta-feira, 16 de Agosto de 2017, 10:31 - A | A

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Futurologia

Eleição de 2018 será de figurinhas carimbadas para Senado e Governo

Com certeza de campanha do PT, PMDB e do PSDB para os dois nichos, renovação só se for na Assembleia

Danilo Galvão
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Eleição de 2018 será de figurinhas carimbadas para Senado e Governo

Modelos administrativos de duas décadas serão colocados à prova nas urnas

Ainda é cedo para traçar panoramas sobre as eleições de 2018, ou como alguém conseguirá supremacia na preferência do cidadão, já que as próprias regras do jogo estão em discussão no Congresso e devem mudar novamente. De antemão fica a certeza de que a campanha será curta, bastante disputada e protagonizada por nomes que já tiveram evidência pública. Um ano antes desse processo, PT, PSDB e PMDB, que elegeram algum senador ou governador do Mato Grosso do Sul saem na frente, todavia não possuem exclusividade quanto esse perfil.

Dois ex-prefeitos de Campo Grande, que comprovam esse “desvio padrão”, são presidentes regionais de partidos, à frente do PP e do PTB, siglas que com novas mudanças no financiamento de campanha devem concorrer em equilíbrio contra estruturas do trio de legendas que lidera o Fundo Especial de Financiamento de Partidos. Alcides Bernal e Nelson Trad Filho ganharão decisivamente em poder de escolha caso passe a ascensão do custeio público de campanha no país, de R$ 819 milhões para R$ 3,6 bilhões. Mesmo que PT, PSDB e PMDB sejam mais abastecidos na mesma fonte, o tempo de campanha e a promessa de maior fiscalização impediriam que a gordura financeira fizesse tanta diferença.

Com uma campanha bem estruturada e a capacidade de capilarizar o discurso em condição até maior que os concorrentes, Marquinhos Trad (PSD) provou que ter uma condição financeira abaixo do teto não seria problema, e sustentou a liderança das intenções de voto durante todas as 12 semanas da corrida eleitoral em Campo Grande. No 2º turno, ele enfrentou uma concorrente do PSDB, que dispunha de 40% a mais de recursos para investimento, fator que não a elegeu, mas deixou na Câmara Municipal uma fatia maior de representatividade.

Para 2018, a vacância de duas vagas do Senado Federal e o tão cobiçado comando do Executivo de Mato Grosso do Sul colocarão PT, PSDB e PMDB na “marca do pênalti”, sem qualquer chance de acordo de cavalheiros, como o citado na proposta de delação premiada da JBS, nas eleições de 2014. Para qualquer um desses partidos, sair sem algum nome eleito em um desses postos custará caro para continuidade história da legenda, e o risco de ser engolido pela renovação que avança das siglas de centro.

Desmentindo notícia veiculada nesta semana, à respeito de um encontro às escuras com dirigentes dos três partidos, o PT avisou em nota oficial, e falando grosso, que terá candidaturas próprias para Senado e Governo. Nada diferente do que se poderia esperar de um diretório que hoje possui um discurso mais vertical, em razão da liderança sem voltas do deputado federal e ex-governador Zeca do PT.

Já o PSDB, mesmo com a eventual saída de Reinaldo Azambuja por conta dos escândalos de propina poderia ainda se arriscar na majoritária com a vice, Rose Modesto, sem sofrer assim sobressaltos de popularidade. Com uma administração que cuidou bem do interior, os tucanos se credenciam como qualquer governo a se reeleger, porém avançam para 2018 bem mais combalidos que o normal aos que possuem a máquina à disposição.

O PMDB, por sua vez depende do futuro de André Puccinelli, e sofre com a dificuldade para renovar o quadro de lideranças, e assim descobrir novas alternativas. Mesmo se tudo der errado terá uma cadeira no Senado, ocupada por Simone Tebet, eleita em 2014. A tragédia fica por conta do potencial encolhimento da bancada na Assembleia ou parcela de deputados federais que possa eleger.

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