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Política Quinta-feira, 31 de Agosto de 2017, 10:29 - A | A

Quinta-feira, 31 de Agosto de 2017, 10h:29 - A | A

Operação Antivírus

Detran queima o filme de Governo que tirou ‘dez’ em transparência

Órgão vive a iminência de exonerações do diretor e mais três servidores de chefia que são alvos do Gaeco

Danilo Galvão
Capital News

MPE-MS

Detran queima o filme de Governo

Apurações sobre o caso que o Gaeco suspeita de corrupção no Detran-MS continuam mesmo com soltura de "alvos"

Os doze indivíduos que foram presos na Operação Antivírus na terça-feira (29), conseguiram - sucesso em recursos e serão investigados em liberdade pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Das nove prisões preventivas, que foram expedidas pelo Juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, todas duraram menos de 24 horas e a três prisões temporárias no mesmo caso, caíram com menos de 48 horas. O que não se encerra com tamanha celeridade é a mancha que fica para o Governo do Estado, que inclusive apoia as investigações, e possui um aparato inédito de Transparência e controle dos gastos públicos.


Primeira gestão do Mato Grosso do Sul a implementar uma Controladoria-Geral do Estado, a administração vigente também encerrou o ano passado com nota dez em Transparência Pública, auditada pela Rede de Controle da Gestão, que é composta por 16 unidades, uma delas a CGU (Controladoria Geral da União). A considerada excelência nesse quesito também foi reconhecida pela Escala Brasil Transparente, outra instituição que mede a capacidade do Poder Público em compartilhar informações que permitam um controle social sobre o que se gasta, como se gasta e porque se gasta em órgãos de governo.

Chico Ribeiro/Subcom Governo de MS

Detran depois da Operação

Ainda em implementação precoce vigilância do Executivo pode ter deixado passar irregularidades em autarquia

O Detran-MS, autarquia que mais teve pessoas levadas coercitivamente pelo Gaeco para não atrapalharem a Operação Antivírus tem, depois da movimentada terça-feira (29), o desafio de redefinir a sua estrutura de gestão. O titular no órgão é um dos integrantes do primeiro escalão que exerce a função desde o primeiro mês de mandato do governador. Sob investigação e apontados como possíveis integrantes de uma quadrilha que operou fraudes em contratos públicos estão o diretor-presidente do órgão, Gérson Claro, o diretor adjunto, Donizete Aparecido da Silva, o Chefe de Departamento,  Celso Braz de Oliveira Santos, além do Diretor de Administração e Finanças, Erico Mendonça e Gerson Tomi, diretor de Tecnologia estão.

Sem prestar um depoimento confrontado com o fim da análise da coleta de material,capturado nas 29 busca e apreensões da Antivírus, fornecedores do Detran-MS em contratos para serviço de T.I (Tecnologia da Informação) foram soltos, mas devem voltar futuramente ao Gaeco para darem depoimentos sobre o caso. Figuram nessa situação o dono da Digitho, Jonas Schimidt das Neves, o funcionário da empresa, Claudinei Mastins Rômulo, os sócios da Pirâmide Informática, José do Patrocínio Filho e Fernando Roger Daga, além do ex-cotista, Anderson da Silva Campos.

Deurico/Arquivo Capital News

Ary Rigo

Ary Rigo, ex-parlamentar que no papel não tem qualquer relação de sociedade com empresas citadas na operação

Na lista dos monitorados em liberdade está ainda o funcionário público da Secretaria de Estado de Governo, Luiz Alberto de Oliveira Azevedo,  e o ex-deputado estadual, por 16 anos, Ary Rigo, que estava no terceiro Distrito Policial de Campo Grande. Cogitado como um sócio oculto de empresas que fecharam contratos com o Detran-MS, o parlamentar de quatro legislaturas é filiado ao PSDB, mas se mantinha fora da política e dos holofotes há anos, até reaparece com a Operação Antivírus.

Chico Ribeiro/Subcom Governo de MS

Detran depois da operação

Gérson Claro e o governador Reinaldo Azambuja em evento do Detran-MS

Por uma longa trajetória, Rigo foi do PDT, legenda que Gérson Claro também fez parte, até peitar o partido para oferecer apoio a Reinaldo na campanha de 2014. O Diretor do Detran-MS, que já foi sócio do hoje desembargador Alexandre Bastos, “venceu” o pleito" e depois de ingressar na autarquia anunciou a sua migração e de aliados políticos para o PSB, onde está até hoje. Potencial candidato a uma vaga na Assembleia em 2018, o titular da autarquia nunca enfrentou qualquer processo de corrupção, assim como Rigo ou os outros dez que foram detidos provisoriamente na operação do Gaeco.

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