Ação civil pública movida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPE-MS), por meio do promotor Marcos Alex Vera, pede o bloqueio de R$ 2,5 milhões do ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). Em contato com a reportagem do Capital News, Bernal nega ter cometido qualquer irregularidade.
“Sou advogado há 30 anos, 20 anos como radialista, sempre trabalhei no rádio começava às 4 da manhã, inclusive aos sábados e domingos. Fui vereador, deputado e prefeito da capital. Sou profissional liberal. Tenho diversas atividades licitas que me dão condições de auferir recursos. Atualmente sofro com essa situação por ter enfrentado um sistema vigente e perverso na política. Respeito o MP [Ministério Público] e o Judiciário e acredito na Justiça”, disse Bernal.
A ação por suposto enriquecimento ilícito envolve a transação de compra de um apartamento e a posterior troca do imóvel por uma casa em Campo Grande. Para o promotor, estes valores seriam incompatíveis com os rendimentos declarados por Bernal à Receita Federal.
Vera cita na ação que o apartamento, comprado em 2013, teve valor declarado de R$ 1,7 milhão – parte deste montante foi financiada pela Caixa Econômica Federal. O ex-prefeito teria pagado uma entrada de R$ 632 mil. O mesmo imóvel já havia sido objeto de procedimento preparatório de inquérito do MPE, que foi arquivado em 7 de janeiro de 2017. O apartamento fica no Edifício Parque das Nações. À época, a decisão foi homologada por unanimidade pelo Conselho Superior do Ministério Público Estadual e divulgada em Diário Oficial.
“Com relação à ação só tomei conhecimento agora. Mas, vou pedir a oportunidade de esclarecer qualquer dúvida, juntar documentos e exercer o direito de defesa. Tenho tranquilidade que tudo será esclarecido”, afirma Bernal. O ex-prefeito lembra que não chegou a morar no apartamento. “Quando fui me mudar, me informaram que vários moradores falavam muito mal de mim”, contou Bernal. “Resolvi buscar alternativa, até que apareceu um interessado e fiz a permuta por uma casa muito antiga, mas bem localizada que pertence ao banco financiador”, detalha Bernal.