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Polícia Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2018, 11:32 - A | A

Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2018, 11h:32 - A | A

PMA

Quase R$ 300 mil foram aplicados em multas a traficantes de aves em 2017

No ano também foram apreendas 521 aves

Laura Holsback
Capital News

Policiais militares ambientais aplicaram R$ 290 mil em multas a traficantes de animais silvestres durante todo o ano de 2017, em Mato Grosso do Sul. 521 aves foram apreendidas. Desse número, 345 foram papagaios, representando 66,22%. Em 2016, foram apreendidos 469 animais, também tudo sendo aves.

 

Divulgação/PMA

Quase R$ 300 mil foram aplicados em multas a traficantes de aves em 2017

521 papagaios foram retirados das mãos de traficantes no ano passado

Segundo a PMA, o tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Porém, em Mato Grosso do Sul, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio.

 

Por esse motivo, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado, pois é o período reprodutivo dos papagaios. Nesse período, a PMA mantém trabalhos preventivos nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes.

 

A região principal do problema e que é monitorada é basicamente a que constitui  os municípios de Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina e Brasilândia, além de Naviraí e Mundo Novo. Nessa região, ninhos também são monitorados pelos policiais, para evitar a retirada dos filhotes. 

 

O destino registrado até o momento dos papagaios é o estado de São Paulo. Sabe-se que as aves de lá saem para outros locais, porém, essa informação ainda não é confirmada, pois a PMA não trabalha com investigação. Pela região de saída, verifica-se que os municípios onde o tráfico ocorre são os que ficam próximos a saída para esse Estado. Algumas vezes, a Polícia Militar Rodoviária de São Paulo também faz apreensões de papagaios retirados de MS.

 

TRÁFICO DE CANÁRIOS PERUANOS DA BOLÍVIA CHILE E PERU

Outro tipo de tráfico em que Mato Grosso do Sul serve apenas como rota é de canário-peruano (Sicalis flaveola valida). Esse animal entra no Brasil, trazido por traficantes peruanos, bolivianos e brasileiros e é levado, na maioria das vezes, para Brasília (DF) e para a região Nordeste e norte de Minas Gerais, para serem utilizado em “rinhas”, por ser uma espécie apenas um pouco maior, mas muito parecida com o Sicalis flaveola brasiliensis, o nosso “canário-da-terra”.

 

A primeira apreensão registrada foi no ano de 2000, quando 400 canários eram levados para Brasília no porta-malas de um veículo.

 

Os canários peruanos também são cruzados em cativeiro com a ave brasileira, fato que coloca em risco a espécie. O cruzamento produziria um espécime intermediário, difícil de ser diferenciado e muito forte para utilização em “rinhas”. Uma única vez, no ano de 2015, cinco canários foram apreendidos em Corumbá, sendo criados em cativeiro.

 

Com relação a essas aves, em 2017 não houve nenhuma apreensão, porém, foram apreendidos 280 animais em 2016 e 1810 no ano de 2015. Normalmente as apreensões dessas aves são em grandes quantidades.

 

Vale ressaltar que a lei não reconhece o tráfico do canário-peruano, ou outra espécie exótica vinda de outro País, como tráfico e, sim, como introduzir espécie no país sem autorização. A forma de combate a esse tipo de tráfico tem sido com barreiras nas estradas, especialmente, na região de Corumbá. Apreensões também são realizadas pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Receita Federal.

 

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