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Polícia Terça-feira, 28 de Novembro de 2017, 12:14 - A | A

Terça-feira, 28 de Novembro de 2017, 12h:14 - A | A

REPERCUSSÃO

Após comoção e revolta em casos de racismo, polícia de MS faz alerta

Racismo não prescreve e quem cometeu pode ser condenado mesmo anos depois do crime

Laura Holsback
Capital News

Em meio aos últimos casos de discriminação por causa de cor de pele, envolvendo pessoas famosas da rede de televisão brasileira, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul faz alerta. 

 

Divulgação

titi

Filha dos atores globais foi alvo de racismo nesta semana

Em nota, a instituição policial lembra que o racismo no Brasil é crime previsto na Lei n. 7.716/1989, e inafiançável . Ele não prescreve, ou seja, quem cometeu o ato racista pode ser condenado mesmo anos depois do crime.

 

Confira abaixo orientações repassadas pela polícia:

* A pessoa vítima ou testemunha de um caso de racismo deve procurar uma autoridade policial para pedir o fim da ação criminosa.

 

* Em casos de flagrante, o autor do crime deve ser preso. Também é importante permanecer no local da ocorrência e identificar possíveis testemunhas, pedindo seus nomes e contatos.

 

* É importante registrar a queixa na Delegacia de Polícia Civil mais próxima, com nomes das testemunhas, além de pedir ao policial para anotar na queixa o desejo de que o agressor seja processado e o crime investigado por meio de um inquérito e não por TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência).

 

Denúncia

Em Março deste ano, o Governo de MS e a Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial assinaram protocolo de intenções, estabelecendo a criação da primeira Delegacia Especializada em Crimes de Racismo, Discriminação Racial e Intolerância Religiosa do Estado.

 

O termo previa a criação de uma unidade especializada, oferecendo à população sul-mato-grossense serviços referentes ao registro, investigação, abertura de inquéritos e encaminhamento de procedimentos policiais ligados a casos de intolerância e discriminação. Porém, segundo a Polícia Civil, foi feito estudo e o número de ocorrências no ano não justifica uma unidade especializada. Portanto, denúncia de ato racista pode ser feita em qualquer delegacia. 

 

Casos nacionais

A menina Titi, de apenas quatro anos, de cor negra e filha adotiva do casal de atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, foi alvo de preconceito na internet. A criança foi chamada de “macaca”, em um vídeo gravado pela blogueira e socialite Day McCarthy. “A menina é preta. Tem o cabelo horrível de pico de palha. Tem o nariz de preto horrível. E o povo fala que a menina é linda”, disse Day na gravação. O ataque causou reação nas redes sociais.

 

Outro caso envolvendo o jornalista William Wack também teve grande repercussão. Ele aparece em um vídeo que circulou nas redes socais no começo deste mês, fazendo comentários racistas. A gravação era de campanha eleitoral dos Estados Unidos, em 2016. O jornalista era apresentador do Jornal da Globo e acabou afastado. 

 

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