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Polícia Sábado, 05 de Agosto de 2017, 09:36 - A | A

Sábado, 05 de Agosto de 2017, 09h:36 - A | A

Caso Mayara

Acusado de ter matado Mayara Amaral, baterista diz que “tinha bebido e cheirado"

Versão apresentada pelo suspeito inocenta outros dois acusados de terem participado do crime, “procurei o Ronaldo (Cachorrão) e o Anderson para me livrar do carro”

Cristiano Arruda
Capital News

Jefferson Coppola/Revista Veja

Acusado de ter matado Mayara Amaral, baterista diz que “tinha bebido e cheirado"

Acusado de ter matado Mayara Amaral, baterista diz que “tinha bebido e cheirado"

O país chocou e se emocionou com a brutalidade na morte da musicista Mayara Amaral de 27 anos. O baterista e técnico de informática Luís Alberto Bastos Barbosa de 29 anos é um dos suspeitos de cometer o crime, que aconteceu na madrigada do dia 25 de julho, na capital.

 

Mayara foi assassinada com três golpes de martelo na cabeça, em depoimento prestado no mesmo dia que foi preso, o baterista contou que Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos, conhecido como Cachorrão, estaria na cena do crime e teria sido o autor das marteladas. 

 

A revista Veja entrevistou Luís Alberto dentro do Presídio de Trânsito de Campo Grande, onde o mesmo acabou assumindo sozinho toda a autoria do crime, acompanhe a entrevista na íntegra:

 

Onde você conheceu a Mayara? 

Num bar chamado Drama, há três meses. Tocamos juntos e, primeiro, rolou uma amizade. Só depois de duas semanas nos beijamos. Tenho namorada, mas sentimos uma atração e não resistimos.

 

Por que mudou a versão sobre o assassinato?

Pus a culpa no Cachorrão para me livrar. Achava que se envolvesse outras pessoas, minha pena seria menor. Como ele já tinha passagem pela polícia, menti que ele fez tudo. Mas, se olharem as digitais no cabo do martelo, vão ver que são minhas. Resolvi contar toda a verdade e enfrentar o que vem pela frente. Cometi um erro grave e quero pagar por ele.

 

Não pensou por um momento nas consequências?

Fui movido pelo ódio porque tínhamos discutido e ela debochou da minha namorada. Chamei-a de vagabunda e ela me bateu. Tive um ataque de fúria, tinha bebido e cheirado. Depois que tudo aconteceu, chorei por mais de duas horas seguidas.

 

Divulgação/Polícia Civil

Mayara Amaral

Martelo usado no crime

Por que você carregava um martelo na mochila? 

Porque para comprar pó eu ando em umas quebradas. Uso o martelo para me proteger.

 

Como você se livrou do corpo? 

Primeiro, pus ela no porta-malas. Depois, voltei ao quarto para limpar o sangue. Paguei a conta de 100 reais do motel, mas faltava 20. Aí deixei a carteira de identidade dela na recepção como garantia para pagar o restante depois. Mas não voltei para pagar.

 

Para onde você levou o corpo? 

Para a minha casa. Lá, guardei as coisas dela. Aí levei para um terreno baldio, mas não consegui enterrar porque a areia era muito fofa. Comprei álcool no posto e fui a outro terreno. Lá, ateei o álcool nela e no mato para fazer parecer que era um incêndio.

 

Você fez isso sozinho? 

Fiz tudo sozinho. Só procurei o Ronaldo (Cachorrão) e o Anderson para me livrar do carro. Eles compraram por 1 000 reais. Essa foi a única participação que tiveram no crime.

 

Achava que ninguém descobriria o crime? 

Desde que me dei conta de que matei a Mayara, sempre soube que seria pego.

 

Está arrependido? 

Estou. Queria pedir desculpas à família da Mayara e à minha. Por mais que ninguém vá acreditar, eu gostava dela. Minha vida está destruída. Eu ia me casar, estava procurando casa, dei entrada para sacar o FGTS. Agora, não sei o que será de mim. Quando fecho os olhos, vem a imagem da Mayara e o momento do crime. Não tenho religião, mas, à noite, na cela, eu grito por Deus.

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