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Opinião Domingo, 10 de Junho de 2018, 13:15 - A | A

Domingo, 10 de Junho de 2018, 13h:15 - A | A

Opinião

Livros ao pó

Por Wilson Aquino*

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Nesses tempos modernos, de alta tecnologia, especialmente nos celulares e televisores, crianças e adultos, que no Brasil nunca foram muito íntimos dos livros, estão se distanciando cada vez mais deles. Nos lares, quando existem, ficam abandonados nas prateleiras, em caixas e gavetas, relegados ao pó.

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Wilson Aquino - Artigo

Wilson Aquino

 

Pais que nunca foram leitores assíduos dificilmente estimularão seus filhos a trilharem o maravilhoso e indescritível mundo dos livros. Para desfrutar dos seus inúmeros e grandiosos benefícios.

Procedem como se não soubessem que todo o indivíduo que lê, desde a infância, torna-se um adulto especial, que sempre se destacará dentre os demais, principalmente no mundo dos negócios, no mundo profissional.

Deveriam saber que o hábito da leitura traz conhecimento e sabedoria ao homem, permitindo-lhe uma visão mais ampla e profunda das coisas. Ele vê onde outros não enxergam e é capaz de descobrir e orientar sobre os melhores caminhos a seguir.

Ler ajuda a pessoa a pensar melhor; a falar melhor; a escrever melhor e permite o uso amplo da riqueza das palavras para transmitir com clareza suas ideias.

Esses tempos corridos, de turbulência, que exigem que pai e mãe partam para o campo de trabalho para sustento do lar, provocam constantes e lamentáveis desencontros da família, que deixa de se reunir por mais tempo, como outrora ocorria. Com isso, aos poucos foram-se perdendo hábitos saudáveis de leitura entre pais e filhos, que começava lá atrás, no berço, com a contação de historinhas de ninar.

Na medida em que crescem, poucos são os pais que estimulam seus filhos ao hábito da leitura. Ainda mais hoje em dia, com a grande concorrência da tecnologia, que invadiu inclusive os lares, por intermédio principalmente de celulares e TVs. Eles empurraram para mais distante o hábito de sentar para ler um bom livro que tem o poder e a capacidade de fazer com que jovens leitores exercitem a imaginação, sintam grandes emoções e aprendam com as aventuras e as condições mais diversas existentes em cada história, em cada linha, a trilharem e traçarem os caminhos de suas próprias vidas.

A tecnologia rouba um tempo precioso da família, pois a impede de sentar, conversar, trocar ideias, conhecer de fato uns aos outros. Não que ela seja ruim ou nociva. Pelo contrário, é boa e agradável. Entretanto, é preciso disciplina para seu uso, especialmente em casa, em família.

Pais precisam se conscientizar disso, de que é preciso estabelecer regras sobre a entrada e uso das tecnologias, para que haja um melhor aproveitamento de tudo e nunca, absolutamente nunca, deixar que ela domine todo o tempo e hábito dos integrantes de um lar.

As dezenas, e por que não dizer centenas, de canais de televisão que se tornam cada vez mais acessíveis até para as famílias assalariadas, também roubam precioso tempo de seus membros. Se não houver consciência e perseverança no controle desses equipamentos, as pessoas ficam “escravas” dos programas, filmes, séries de TV, facilitados a cada dia.

Quantos lares não conhecemos em que a criança e/ou adolescente quando chegam da escola (que deveria ser em tempo integral desde as primeiras séries até o final do nível médio) têm o compromisso apenas de fazer as tarefas? Depois, ficam à mercê dos celulares, tabletes e TVs. Não praticam exercícios e sequer brincam.

Problema seríssimo esse que criamos dentro de nossos próprios lares onde a tecnologia toma conta do nosso tempo e especialmente de nossos filhos, que deveriam ser melhores educados, formados e preparados para o mundo.

Mas, como as Escrituras Sagradas nos ensinam sobre o Plano de Deus para todos nós, sempre é tempo de mudar as coisas. É sempre possível darmos novos rumos às novas vidas, nossos hábitos, nossas rotinas.

Devemos e podemos melhorar em absolutamente todos os aspectos profissionais, sociais, familiares, espirituais... de nossas vidas. Basta querermos.

E o esforço com o hábito da leitura não é diferente. Se seu filho não lê, plante nele esse desejo. Você tem a capacidade de “fisga-lo” para que aprecie a boa leitura. Ache o que ele gosta. Se esforce. Tente.

Ainda me lembro que quando pequenina, minha filha gostava muito de ouvir todos os dias as historinhas que lia e interpretava em sua cabeceira. Depois de um tempo, passou a fazer sozinha sua própria leitura, maravilhando-se com as emoções que sentia a cada linha que avançava dos mais variados livros que sorvia.

Fora fisgada e parecia não precisar mais de estímulos para continuar a ler, até que veio a adolescência, que tentou afastá-la dos livros. Intervi, de maneira certa ou errada, criei uma recompensa financeira para cada livro lido e por um resumo do aprendizado. Funcionou.

Hoje ela me orgulha com duas faculdades e uma grande autonomia para tocar a vida. O mesmo posso dizer de meu outro filho, que caminha para se tornar um gênio em tecnologia. Mas encontrou esse caminho por intermédio da leitura.

 

 

*Wilson Aquino

Jornalista, Professor e Cristão SUD
[email protected]

 

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