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Opinião Segunda-feira, 17 de Abril de 2017, 07:00 - A | A

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Opinião

Guerra civil não declarada

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Por Walter Roque Gonçalves*
Artigo de responsabilidade do autor

Os ataques a civis com armas químicas na Síria trouxeram mais uma triste página para guerra civil, que perdura desde 2011. São milhares de pessoas aterrorizadas e mortas pela intolerância cultural, religiosa e disputas de poder. Cenas como da criança afogada na Turquia, do garotinho de 5 anos atordoado após ser resgatado de um bombardeio na Síria e mais recentemente o ataque químico que vitimou outros inocentes, comove o mundo.

Divulgação

Walter Roque Goncalves - Artigo

Walter Roque Goncalves


A Síria é governada pelo ditador Bashar Al Assad desde 2000. Problemas e tensões sempre existiram no país. Contudo, o estopim foi gerado em 2011 com uma manifestação pacífica de milhares de pessoas contra o governo de Assad. A resposta do governo foi violenta. Isto gerou a reação de outros grupos que se rebelaram contra o comando. Os rebeldes lutavam contra o governo e também entre si, instalando o caos desde então. No meio desta confusão surgiu o temido estado Islâmico (ISIS).

Como em toda guerra, há países contra e a favor do governo. Os EUA, Inglaterra, França, Turquia e Arábia Saudita passaram a combater o governo Sírio enquanto o Irã e a Rússia o apoiam. Há um fato no mínimo curioso que agrava ainda mais a tensão naquela região, os EUA são inimigos declarados do Estado Islâmico; a Arábia Saudita, apesar de aliado dos EUA na deposição do governo de Assad, é simpatizante do Estado Islâmico. Portanto, a confusão se estende também para a esfera internacional.

Após o recente ataque químico na Síria, o governo americano defragou 59 mísseis contra uma base de aviões do governo de Assad. A Rússia imediatamente reagiu e enviou um navio de guerra para mesma área e os EUA enviou porta-aviões à península coreana. Com isso, a tensão e incertezas são ainda maiores. Provavelmente civis inocentes continuarão morrendo.

Neste ponto é importante salientar que existem instituições como a Unicef, Acnur, Médicos sem Fronteiras, Cruz Vermelha, Capacetes Brancos, entre outras, que ajudam efetivamente as vítimas de guerra.

Parece tudo muito distante para quem mora no Brasil, mas, sabemos que policiais tem matado e morrido no nosso país, sobretudo, no Rio de Janeiro. São 160 brasileiros mortos por dia. Na região metropolitana, 2 em cada 5 policias são mortos ou feridos. Além do dano colateral representado por balas perdidas que entram em carros, casas e escolas.

Portanto, é inevitável nos sensibilizarmos com as guerras mundo afora, doações de recursos e mão de obra são bem-vindas para as ONG´s que efetivamente ajudam as vítimas. No entanto, temos que nos atentar também para a guerra civil não declarada no nosso país onde todos são vítimas. É como diz Alexandre Garcia: a violência que aí está reflete a “nossa incapacidade de educar para não punir e de punir para educar”.

 

 

*Walter Roque Gonçalves
É consultor de empresas, CRA: 6-003457, professor executivo/colunista da FGV/ABS (FGV/América Business School) de Presidente Prudente. Contato: 18-99723-3109

 

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