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Opinião Domingo, 12 de Agosto de 2018, 07:53 - A | A

Domingo, 12 de Agosto de 2018, 07h:53 - A | A

Opinião

A geração de pais educadores

Por Edson D’Addio*

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A concepção de um pai exclusivamente provedor, que trabalha e provê a família de bens materiais e condições financeiras necessárias para mantê-la, e que representava o modelo familiar bem sucedido tempos atrás, está sendo totalmente transformada. A maior riqueza paterna esperada hoje no lar é sua atuação mais presente no relacionamento com os filhos.

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Edson D’Addio

 

É fundamental que os pais dessa geração revejam o modo como levam a vida junto com seus filhos, percebendo seu relevante papel na formação deles. A ideia de que a educação era responsabilidade da mãe eximia um pouco o pai desse essencial trabalho educacional.

De fato, felizmente essa mudança tem acontecido. Hoje, os pais estão mais presentes. Eles dividem as tarefas com as mães, participando do banho, do preparo da comida e de outras tantas atividades com os filhos desde os primeiros dias de vida. Estão muito mais presentes na vida da criança.

Essa aproximação entre pai e filhos é extremamente positiva. Ao relacionar-se com o pai intensamente, como acontece com a mãe, a criança cresce percebendo as diferenças de atuação entre os dois. Essa possibilidade torna o pai parte ativa do processo de desenvolvimento e formação dos filhos.

Para entender tamanha importância, é preciso destacar que no processo de formação e de educação, cada criança aprende com um modelo, vendo exemplos, repetindo e experimentando comportamentos e ações. Por essa razão, é essencial que desde os primeiros dias de vida, a criança conviva com vários modelos, onde ela pode autoconhecer-se por essas repetições e experimentações. É a chamada pluralidade, que entra no processo de formação com seu papel transformador.

Sob o aspecto do espelho e da repetição de diferentes modelos, vale também ressaltar a importância da convivência das crianças com outros adultos. Claro, sempre tendo como referência seus pais, mas o convívio com tios, avôs e pessoas com modelos diferenciados, mas com valores e princípios que regem o comportamento daquela família, é benéfica, possibilitando à criança muito mais condições de se desenvolver, vendo atuações diferentes perante as mesmas situações, o que lhe garante riqueza de vivência.

Há ainda outro ponto que destaca a importância da presença e participação paterna, que pode ser representada não apenas pelo pai biológico, mas por um avô ou por um padrasto, por exemplo. No decorrer do desenvolvimento da criança, há momentos em que ela se aproxima mais da mãe, há momentos em que se aproxima mais do pai. Haverá assuntos que se sentirá mais confortável para falar mais com um do que com outro, assim como tipos de brincadeiras, e toda essa circulação é muito rica para a formação da criança.

Seja por necessidade, uma vez que a mãe também tem sua jornada de trabalho, seja por percepção sobre a sua participação, é bom saber que essa geração de pais está mais atenta ao seu papel na formação de seus filhos. Essa presença constante traduz-se em crianças mais felizes, mais confiantes, mais seguras e prontas para o pleno desenvolvimento. Tudo isso, sem deixar de citar, evidentemente, a satisfação e felicidade do pai em ter seus filhos bem próximos não apenas no Dia dos Pais, mas todos os dias.

 

 

*Edson D’Addio

Educador e diretor pedagógico do Colégio Palmares

 

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