Nesta quarta-feira (17), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) devolveu à Polícia Civil o inquérito do incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, conhecido como Ninho do Urubu, em fevereiro deste ano, onde dez atletas da base do Flamengo morreram e 3 ficaram feridos, para o aprofundamento das investigações. O MP não considerou suficientes as provas apresentadas no relatório final da Polícia Civil contra os dez indiciados para denunciá-los à Justiça.
O MP deu prazo de 45 dias para as investigações conforme mostrou com exclusividade a Globonews.
O delegado Marcio Petra de Melo, da 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes, no mês de junho, indiciou o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello e outras sete pessoas.
Ao todo, a Polícia Civil apontou 10 indicados por homicídios com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) e 14 tentativas de homicídio (em relação aos sobreviventes). No total, 24 adolescentes dormiam nos contêineres do CT do Flamengo que pegaram fogo.
Ainda conforme a GloboNews, o documento enviado pela Polícia Civil nesta quarta-feira (17) pelo promotor Luiz Antônio Ayres, do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (Gaedest), do MP do Rio.
O texto do documento destaca que, "apesar do bem elaborado relatório subscrito pela douta autoridade policial, alguns aspectos que merecem ser melhor esclarecidos para a adequada responsabilização penal e definição da capitulação dos fatos" (...) "retornem os autos à 42ª DP, pelo prazo de 45 dias para a realização de quatro diligências":
Conforme o depoimento de Lucia Helena Pereira Damasceno de Lima, gerente da 5ª Gerência de Licenciamento e Fiscalização da Prefeitura. Ela acusa o Flamengo e seus dirigentes de ter colaborado para o resultado do evento, por não ter cumprido o auto de interdição do Ninho do Urubu.
Já o depoimento de Fernando Anmibolete, presidente da ASPROCITEC (Associação dos Profissionais de Ciência e Tecnologia). A instituição denunciou que a empresa que construiu os contêineres que pegaram fogo, a NHJ, não estava regularizada junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia).
O MP solicita ainda que seja realizada consulta ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) para que seja esclarecido se o mobiliário do alojamento incendiado colaborou para a propagação das chamas e o resultado verificado.
E por fim, seja elaborado os Autos de exame de corpo de delito indiretos, com base nas informações dos boletins de atendimento médicos (BAMs) das vítimas sobreviventes.