O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, inocentou a jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado cassado Eduardo Cunha, em processo decorrente da Operação Lava Jato.
Para o magistrado, Cláudia não agiu com dolo ao efetuar compras milionárias no exterior, com recursos advindos de desvios cometidos na Petrobrás, mantidos em conta secreta, na Suiça, em conta vinculada ao seu cartão de crédito.
Em seu despacho, Moro argumenta que, embora o comportamento de Cláudia seja reprovável, as provas colhidas no decorrer da investigação não foram suficientes para provar crime de lavagem de dinheiro.
“Evidentemente, não há nada de errado nos gastos em si mesmos, mas são eles extravagantes e inconsistentes para ela e para sua família, considerando que o marido era agente público. Deveria, portanto, a acusada Cláudia Cordeiro Cruz ter percebido que o padrão de vida levado por ela e por seus familiares era inconsistente com as fontes de renda e o cargo público de seu marido", disse Moro em sua decisão.
Para o Procurador da força-tarefa da Lava Jato, Carlos Fernando Santos Lima, a absolvição advém do “coração gereroso” de Moro, e afirma que irá recorrer da decisão.
“Isso decorre muito mais do coração generoso do Sergio Moro. Ao gastar, ela cometeu crime de lavagem. o comportamento dela não é justificado e é criminoso. Ela é jornalista e tinha conhecimento suficiente para saber. Vamos recorrer da decisão e esperamos que no tribunal possa reverter a absolvição. Vamos insistir no pedido de condenação”, afirmou o Procurador.
No mesmo despacho, Moro determinou o confisco do equivalente à R$640 mil, das contas de Cláudia Cruz.
Campo Grande Quinta-feira, 18 de Abril de 2024
