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Nacional Terça-feira, 04 de Julho de 2017, 11:50 - A | A

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Operação Cui Bono

Em nota, defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima afirma que sua prisão é desnecessária

O advogado Gamil Föppel disse que a Justiça cometeu um erro ao decretar a prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo

Maisse Cunha
Capital News

Reprodução: Agência Brasil

Em nota, defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima afirma que sua prisão é desnecessária

 

A defesa do ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) afirmou, por meio de nota divulgada à imprensa, que o juiz federal Vallisney de Souza, da 10ª Vara Federal de Brasília, cometeu um erro ao decretar a prisão preventiva de Geddel.


O ex-ministro é acusado de interferir nas investigações da Operação Cui Bono, da Polícia Federal (PF), que apura irregularidades na concessão de créditos da Caixa Econômica Federal, no período em que era vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, entre 2011 e 2013.


As investigações contra Geddel surgiram após a PF apreender um aparelho celular na casa do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, por determinação do juiz federal Sérgio Moro.


De acordo coma defesa, desde o início da investigação, Geddel se colocou a disposição da Justiça para eventuais esclarecimentos, mas, mesmo assim, o juiz Vallisley “laborou erro”.


No despacho que autorizou a prisão do ex-ministro, Vallisley também citou a possível interferência de Geddel sobre a esposa do operador Lúcio Funado, para impedir que ele firmasse eventual acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), e considerou ao de natureza gravíssima.

Leia a nota na íntegra:


"Nota à imprensa

A defesa técnica do Senhor Geddel Vieira Lima vem registrar sua incompreensão em relação ao absolutamente desnecessário decreto de prisão preventiva.


Decerto, diante da ausência de relevantes informações para sua decisão, inexplicavelmente não relatadas na representação policial, a autoridade judiciária infelizmente laborou em erro.

 

Dessa forma, acabou por não considerar que, desde o momento em que o Senhor Geddel Vieira Lima se viu injustamente enredado no bojo da “Operação Cui Bono”, colocou-se à disposição das autoridades constituídas, para apresentar os documentos que lhe fossem solicitados, assim como comparecer a todos os chamados que eventualmente lhe fossem formulados, inclusive abrindo mão dos seus sigilos bancário e fiscal, assim como do seu passaporte.


Assim, em que pese tenha sucessivamente se disponibilizado a prestar depoimento, inacreditavelmente, até o presente momento, jamais foi intimado para tanto, revelando uma preocupação policialesca muito mais voltada às repercussões da investigação para grande imprensa, do que efetivamente a apuração de todos os fatos.


Ademais, deixou de ser relatado que, mesmo no depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, Joesley Batista foi enérgico em pontuar que jamais pagou propina (ou qualquer tipo de vantagem indevida) ao Senhor Geddel Vieira Lima. Enfim, diante da ausência de relevantes informações, acabou-se por não apreciar os substanciais elementos que comprovavam a inadmissibilidade da prisão preventiva no caso concreto.


Sabedor da sua inocência e confiante na altivez do Poder Judiciário, o Senhor Geddel Vieira Lima segue inabalável na reparação do cerceamento às suas liberdades fundamentais, registrando que, estando custodiado, deposita sua integridade física nas mãos da autoridade policial.


Salvador/BA, 3 de julho de 2017.
Gamil Föppel OAB-Ba 17.828"

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