Campo Grande Sexta-feira, 19 de Abril de 2024


Nacional Segunda-feira, 07 de Março de 2016, 09:31 - A | A

Segunda-feira, 07 de Março de 2016, 09h:31 - A | A

Operação Aletheia

Durante ação da PF, Lula pergunta do “japonês da Federal”

Ex-presidente se referia ao agente Newton Ishii, que está de férias

Adriel Mattos
Capital News*

Deurico/Capital News

Luiz Inácio Lula da Silva

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Durante a ação da Polícia Federal (PF) em seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP) na sexta-feira (4), o ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com bom-humor. De acordo com a coluna “Painel”, do jornal Folha de S. Paulo, ele perguntou do “japonês da Federal”.

 

Lula se referia ao policial federal Newton Ishii, que se tornou reconhecido em todo o Brasil estando em grande parte das fases da operação Lava-Jato, que investiga um suposto esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele não esteve na 24ª fase da Lava-Jato, já que está de férias.

 

Ao ver os policiais à sua porta, o ex-presidente não se conteve: “Ué, mas cadê o japonês?”. Os risos foram inevitáveis, apesar da tensão.

 

 Saiba mais

  STF nega suspender investigações deflagradas contra Lula

  Em nota e na TV, Dilma diz que coerção a Lula foi desnecessária

  Lula critica PF por levá-lo à força a depor nesta manhã

  Presidente do PT e Instituto Lula condenam condução coercitiva do ex-presidente

  Lula presta depoimento à PF no aeroporto de São Paulo

  Lava Jato apura pagamentos de empreiteiras para Instituto Lula

  PF deflagra nova fase da Lava Jato e vai ao apartamento do ex-presidente Lula

 

A ação
A PF chegou ao apartamento de Lula por volta das 6h (de Brasília) de sexta-feira (4), conforme relatório obtido pela TV Globo. Foi o ex-presidente quem atendeu a porta.

O delegado Luciano Flores de Lima, que comandava a a ação, informou que estava com os policiais para cumprir mandado de busca e apreensão. A entrada da equipe foi então autorizada pelo petista.

O mandado foi lido na íntegra pelo ex-presidente. Em seguida, o delegado informou que deveria ir com a equipe para prestar depoimento imediatamente, antes da chegada de equipes da imprensa e de outras pessoas que pudessem registrar o deslocamento.

Foi então que Lula disse que não sairia dali, a menos que fosse algemado. Ou que o depoimento ouvisse os esclarecimentos dele no apartamento. Flores respondeu que seria impossível por questões de segurança. Havia o temor de que, logo que a informação da presença da PF no apartamento, ocorressem manifestações e até atos de violência.

Em seguida, o delegado informou que já estava preparado o salão presidencial, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, estava pronto para que o ex-presidente prestasse depoimento.

Flores disse ainda que, caso Lula se recusasse a ir, seria cumprido um mandado de condução coercitiva, obrigando a saída obrigatória para dar declarações à polícia. O petisca então pediu para que ligassem para seu advogado, Roberto Teixeira.

Após ser orientado pelo advogado, o petista pediu que os policiais aguardassem que ele trocasse de roupas para sair.

Era 6h30 quando os policiais e Lula se dirigiram à garagem do edifício, de onde saíram em uma viatura descaracterizada. O ex-presidente foi orientado a se abaixar no banco de trás para evitar que registrassem em foto ou vídeo o deslocamento.

 

A equipe da PF chegou ao aeroporto às 7h20. Os policiais ainda aguardaram a chegada dos advogados do petista, que tiveram acesso aos mandados. Era 7h45. O depoimento começou por volta das 8h. O delegado informou que Lula não era obrigado a responder todas as perguntas, podendo ficar em silêncio no momento que lhe conviesse.

 

Flores relatou ainda que a oitiva seria gravada em áudio e vídeo, para transcrição. Um dos advogados teve autorização para gravar o depoimento em áudio. As declarações se encerraram por volta das 11h, quando o petista assinou um termo e foi dispensado.

 

Na sequência, foi autorizada a entrada de parlamentares que, durante o depoimento batiam na porta e tentaram até forçar a entrada. O delegado tentou insistemente oferecer ao ex-presidente escolta para deixar o local, mas ele preferiu sair com os advogados e colegas de partido.

 

Foi autorizado que um carro estacionasse ali próximo para que o Lula fosse embora. Ele seguiu para o diretório do PT, onde deu uma entrevista coletiva. De lá, ele retornou para seu apartamento, já no fim da tarde.

 

 

*Com informações do jornal Folha de S. Paulo e da TV Globo

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS