A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), estaria cogitando renunciar ao cargo na sexta-feira (2) em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, além de pedir ao vice Michel Temer (PMDB). De acordo com o jornal O Globo, alguns ministros são contrários à ideia, já que a presidente já declarou várias vezes que não iria renunciar.
Dilma se mostrou favorável à teoria de convocação de novas eleições presidenciais simultâneas às municipais de outubro, mas ela quer que ter respaldo de movimentos sociais para avançar com a proposta. Políticos próximos a Temer, por sua vez, já rejeitaram a hipótese do vice-presidente renunciar.
“Seria fugir da responsabilidade. Essa, sim, é uma proposta golpista”, disse o presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), em alusão à tese de movimentos sociais e do governo de que o processo de impeachment é um golpe.
Senadores favoráveis à convocação de novas eleições reconhecem que a proposta enfrentaria resistência no Congresso Nacional por falta de apoio, mas a pressão popular pode mudar a situação. “As pesquisas dizem que a população quer novas eleições. Se isso tudo for verdadeiro, que deixemos o povo eleger presidente e vice numa grande consertação”, disse Paulo Paim (PT-RS).
O relatório final da comissão especial do impeachment no Senado deve ser levado à votação em plenário na próxima semana. Por maioria simples, os senadores podem decidir pela admissibilidade do processo, o que resulta em afastamento de Dilma do cargo.
Isso representa metade dos senadores mais um, não sendo necessária a presença dos 81 parlamentares. Com isso, a presidente fica afastada das funções por seis meses. Se não atingir esse quórum, o procedimento é arquivado.
*Com informações do jornal O Globo