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Quinta-feira, 14 de Março de 2019, 19h:15

Cuidado com entorses do tornozelo

Por Ana Paula Simões*

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As entorses do tornozelo são comuns em atletas submetidos a treinamento intensivo e representam de 16% a 21% de todas as lesões esportivas. Elas ocorrem com maior frequência durante as competições e menos nos treinamentos, já que, geralmente, o “terreno" é conhecido na hora. Os ligamentos do complexo lateral são os mais acometidos e representam 45% de todas as lesões, sendo que em 20% dos casos evoluem para a instabilidade.

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Ana Paula Simões

 

A estabilidade do tornozelo é conferida por estruturas estabilizadoras estáticas e dinâmicas. A estabilização óssea, também conhecida como “pinça do tornozelo” é constituída pela parte superior da tíbia, pelo maléolo medial e o lateral. A articulação tibiotársica é muito estável, sendo que 65% da estabilidade é oferecida pelas estruturas ósseas.

Os estabilizadores estáticos são representados pelos ligamentos. O estabilizador medial é o ligamento deltóide. A estabilidade lateral estática é fornecida pelo complexo ligamentar lateral formado pelos ligamentos fibulotalar anterior (LFTA), fibulocalcâneo (LFC) e fibulotalar posterior (LFTP).

Os estabilizadores dinâmicos são constituídos pelos tendões dos músculos que atravessam a articulação do tornozelo. Os laterais dinâmicos são os tendões dos fibulares, e os mediais, os tendões do tibial posterior e flexores dos dedos.

As lesões ligamentares classificam-se em agudas e crônicas. As agudas, por sua vez, classificam-se em três graus conforme a gravidade:

Grau I: Estiramento microscópico. Rompimento intra-substância do ligamento. Geralmente lesão isolada do LFTA. Ausência de instabilidade.

Grau II: Rotura macroscópica parcial do ligamento. Geralmente ocorre rotura completa do LFTA e parcial do LFC. A instabilidade pode estar presente.

Grau III: Rotura completa geralmente do complexo lateral. Instabilidade franca da articulação.

A queixa de dor é mais freqüentemente referida na inserção fibular do LFTA e na inserção do LFC no calcâneo. A dor piora com o movimento e é acompanhada de edema e equimose lateral.

 

 

*Ana Paula Simões

Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.