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Quinta-feira, 14 de Março de 2019, 07h:00

Trem do tempo

Por Oscar D’Ambrosio*

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Indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação, “Mirai” é um poema visual surpreendente. Traz as principais qualidades da estética japonesa, principalmente no que diz respeito à forma de tratar de maneira delicada questões existenciais profundas. De um enredo aparentemente simples, surge uma profunda reflexão vivencial.

Unesp

Oscar D'Ambrosio - Artigo

Oscar D'Ambrosio

 

A história é sobre como Kun, uma criança de quatro anos, fica com ciúmes da irmãzinha que acabou de nascer e se torna o centro de atenções da família. Isolado, refugia-se nos trens que ama e nas fantásticas cenas que começa a contemplar no jardim, que o levam a jornadas pelo passado e pelo futuro de seus parentes.

A metáfora do trem é desenvolvida com brilhantismo, pois vão desde a velocidade fascinante do trem bala ao trem da solidão, que recolhe os que não são queridos por ninguém. Dessa maneira, o cotidiano e o fantástico vão conversando e trazendo à tona histórias de guerra, de amor e de laços afetivos recolhidas nos trilhos do trem do tempo.

Estereótipos de masculino e feminino são colocados em xeque, assim como respostas simples para nossos sentimentos de afeto mais essenciais. O grande ensinamento está em como cada decisão consciente ou cada fato inesperado de nossas vidas traz consequências presentes e futuras. Assim, a animação japonesa anima nosso espirito!

 

 

*Oscar D’Ambrosio

Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.