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Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2018, 10h:34

Inflação de 2017 em Campo Grande é a menor desde 2006

Índice anual fica em 2,6%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp

Flávio Brito
Capital News

Reprodução

Quilo das peças de carne têm 41% de variação no preço em açougues de Três Lagoas

No grupo alimentação, carnes registram quedas nos preços 

Campo Grande fechou 2017 com inflação de 2,6%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. O resultado incluiu também a inflação de dezembro, 0,42%, a segunda maior porcentagem registrada em 2017, abaixo apenas de janeiro do ano passado, quando registrou 0,43%. No saldo anual,a taxa foi a menor da série histórica do Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) desde de 2006, quando ficou em 2,29%.

 

O IPC-CG ficou bem abaixo da meta inflacionária de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “A inflação ainda permanece controlada, o que indica que as medidas econômicas tomadas pelas autoridades estão surtindo os efeitos esperados. Também há que se que considerar que, em 2017, o Brasil colheu uma supersafra de grãos, o que possibilitou a estabilização e até a baixa em alguns produtos do grupo Alimentação, favorecendo a queda da inflação. Outros motivos são o alto desemprego no país, os juros ainda elevados e o grande endividamento da população, reduzindo a demanda, inclusive, em produtos de alimentação”, explica o coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza.

 

Ainda de acordo com o pesquisador da Uniderp, os principais responsáveis pela inflação de dezembro foram os grupos: Transportes, com 1,38% e contribuição de 0,21% para o cálculo do índice mensal; Habitação, com 0,34% e colaboração de 0,09%; e Despesas Pessoais, com 1,2% e participação de 0,08%. Os outros grupos - Alimentação, Saúde, Educação e Vestuário - ficaram dentro da normalidade. No acumulado dos 12 meses, os destaques também incluíram Transportes e Habitação, com taxas de 8,69% e 4,28%, respectivamente. O grupo Vestuário ficou com 5,67%, ocupando a segunda posição. 

 

De acordo com Celso, o resultado do primeiro grupo é reflexo de contínuos reajustes nos preços dos combustíveis; já o setor de Vestuário vem recompondo preços do ano de 2016, quando esteve em baixa; e o comportamento do grupo Habitação foi impulsionado pelo reajuste da energia elétrica, bem como, pelas bandeiras tarifárias (que indicam o custo da energia em função das condições de geração). “Nos três últimos meses do ano, elas vigoraram na cor vermelha, sendo nível 2 para outubro e novembro; e patamar 1 para dezembro. Além disso, os reajustes no preço do gás de cozinha também impactaram o grupo, esclarece.

 

Ainda da avaliação do professor, o resultado da baixa inflação deve refletir na economia. “Levando-se em conta todo esse cenário, é possível que haja nova queda da taxa Selic em fevereiro, atualmente em 7%, sinalizando que os juros podem baixar”.

 

Maiores e menores contribuições 

 

Os 10 "vilões" da inflação, em dezembro:

 

-etanol, com inflação de 7,3%;

-acém, com inflação de 14,17%;

-alcatra, com inflação de 6,97%;

-calça comprida feminina, com variação de 3,68% ;

-ovos, com acréscimo de 15,70%;

-gasolina, com variação de 0,81%;

-automóvel novo, com acréscimo de 1,25%;

-fogão, com reajuste de 10,35%;

-sapato masculino, com elevação de 2,46%;

-carne seca/charque, com aumento de 7,53%;

 

Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas foram:

 

-costela, com deflação de 7,5%;

-calça comprida masculina, com redução de 2,82%;

-batata, com diminuição de 10,73%;

-arroz, com decréscimo de 2,86%;

-contra filé, com baixa de 4,92% ;

-açúcar, com diminuição de 4,68%;

-fósforo, com redução de 7,54%;

-leite pasteurizado, com decréscimo de 1,66%;

-sabonete, com queda de -3,44%;

-bebidas não alcoólicas, com baixa de 1,63%.