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Reportagem Especial Sábado, 09 de Dezembro de 2017, 13:15 - A | A

Sábado, 09 de Dezembro de 2017, 13h:15 - A | A

POESIA DE RUA

Poeta urbano espalha cordéis pelas ruas de Campo Grande

Com o objetivo de incentivar a leitura e promover a cultura, jovem vende poesias para fazer faculdade

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Henrique Oliveira

Poeta urbano espalha cordéis pelas ruas de Campo Grande

Iuri Lucas Souza Vacques, 22 anos, estudante de letras, poeta.

 

Iuri Lucas Souza Vacques, 22 anos, estudante de letras. A primeira vista, me pareceu um universitário comum. Mal sabia eu o que Iuri tiraria daquela mochila que carregava nas costas. 

 

Nos conhecemos na entrada de um show. Estava acompanhada de um grupo de amigos. Ele gostou do quadro que a Alice segurava e veio conversar com a gente. Perguntou o que significava a pintura dela, que é artista plástica.  

 

Após alguns minutos e uma dúzia de palavras trocadas, ele contou que também era artista. Disse com orgulho “Eu sou um poeta”! Tirou da mochila quatro cordéis, impressos em um papel simples, e entregou para cada um da roda.

 

Em um dos lados, estava escrito “Poeta Urbano”. Do outro, encontrei uma poesia. 

“Tenho a impressão que a dor não vai embora. 

Então é melhor eu escolher qual dor sentir. 

A de buscar melhora ou a de se omitir”.

 

Ele criou o projeto “Poeta Urbano” para incentivar a leitura e promover a cultura de rua em prol de relações saudáveis entre as pessoas. Sua inspiração vem dos raps que retratam a realidade dos moradores de periferias. Diariamente, sai pelas ruas de Campo Grande distribuindo sua poesia com um sorriso no rosto.

 

Iuri veio de Jacareí, interior de São Paulo, para fazer faculdade. Escreve poesias desde os 12 anos de idade. Começou na escola, fazendo rima com os amigos. Os versos cantados passaram a ser escritos e decidiu que o amor pelas palavras seria sua profissão. “Eu peguei a caneta, uma folha em branco e tive coragem de escrever o que pensava”.

 

O universitário vive com a renda das poesias. Os cordéis não tem um preço fixo, cada um ajuda com o que puder. O que ele gosta mesmo e de distribuir seus versos pelas ruas e conversar com as pessoas. “Cada um fortalece do modo que pode minha estadia em Campo Grande enquanto graduando. Mas eu não vou tirar a poesia da mão do irmão”, me explicou Iuri.

 

Se você não tiver a sorte de encontrar Iuri e seus cordéis pelas ruas da Capital, pode ler as poesias em suas redes sociais.

 

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