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Quinta-feira, 30 de Novembro de 2017, 14h:37

Quase 200 médicos pedem exoneração da rede pública em 2017

O sindicato afirma que os pedidos de demissão são devidos a falta de estrutura de trabalho, equipamentos e medicamentos

Esthéfanie Vila Maior
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

médico na Santa Casa

Especialistas de diversas áreas pediram exoneração dos cargos na saúde pública

Cerca de 188 médicos de diversas especialidades deixaram a rede pública em 2017. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), os pedidos de demissões ocorreram principalmente durante o primeiro semestre do ano.

 

O mês de março foi o que teve o maior número de desligamentos, 32 médicos deixaram o quadro de servidores da Sesau.  Em outubro, os pedidos de demissão começaram a diminuir, três médicos encerraram o atendimento na rede pública.

 

A Secretaria de Saúde explica que é uma ação sazonal. “Eles assumem residência médica em hospitais e não conseguem conciliar o horário com a carga de plantões”.

 

Confira o número de pedidos de exoneração em cada mês de 2017

Mês Pedidos de Exoneração
Janeiro 16
Fevereiro

24

Março 32
Abril 22
Maio 19
Junho 11
Julho 22
Agosto 25
Setembro 14
Outubro 03

 

Entretanto, o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS) informou que os pedidos de demissão estão ocorrendo devido a falta de estrutura, medicamentos, equipamentos adequados para trabalho e redução salarial.

 

O diretor de comunicação do Sinmed-MS, Dr Renato Figueiredo, explica o número elevado de pedidos de exoneração de concursos públicos. “A estabilidade oferecida por um concurso público em meio a crise econômica é importante. Mas, devido a falta de condições de trabalho, os médicos estão pedindo exoneração dos cargos. Os profissionais que estão se desligando do quadro de servidores são especialistas que trabalham há anos na área e não quem está começando uma residência”, afirma.

 

O sindicato ainda informou que a questão da falta de estrutura, medicamentos, equipamentos adequados para trabalho e a redução salarial foi discutida em reuniões cerca de seis meses atrás. “Os pedidos de demissão são consequências de decisões políticas e infelizmente quem perde com isso é a população, que fica sem atendimento especializado”, ressalta o diretor de comunicação.