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Economia Sexta-feira, 06 de Outubro de 2017, 14:15 - A | A

Sexta-feira, 06 de Outubro de 2017, 14h:15 - A | A

Custo de vida

Puxada pela gasolina, Campo Grande tem a segunda maior inflação do país

Custo de vida medido pelo IPCA teve alta de 0,33% em setembro, conforme levantamento feito pelo IBGE

Flávio Brito
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Parabéns, Campo Grande!

Campo Grande

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de setembro com alta de 0,33% em Campo Grande, sendo a vice-campeã entre as capitais pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior alta do país foi registrada na Região Metropolitana de Vitória, com 0,54% de elevação, índice superior ao IPCA do mês em 0,38 ponto percentual, conforme os dados divulgados nesta sexta-feira.

No mês passado, o custo de vida dos campo-grandenses havia registrado alta de 0,21%. O resultado do avanço nos preços nos últimos dois meses em Campo Grande supera a média nacional, que foi de 0,16% em setembro, e 0,19% em agosto.

No acumulado de nove meses de 2017, o percentual da capital sul-mato-grossense atingiu 1,13% e nos últimos 12 meses, 2,81%. O IBGE aponta que dos nove grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, o que teve alta mais expressiva na cidade em setembro foi o de transportes, com 1,55%.

O instituto ressalta que o grupo sofreu o impacto do aumento no preço da gasolina, que ficou em média, 2,13% maior na cidade de agosto para setembro, e ainda das passagens aéreas, que apresentaram alta de 23,73%.

Brasil
Nos primeiros nove meses do ano, o índice acumula variação de 1,78% no índice nacional, bem abaixo dos 5,51% registrados em igual período de 2016. Esta é a menor taxa acumulada setembro desde 1998, quando se registrou 1,42%. O índice apresentou alta acumulada nos últimos 12 meses de 2,54%, resultado superior aos 2,46% registrados nos 12 meses anteriores. No entanto, o índice está bem abaixo da meta fixada pelo Banco Central, de 4,5%. Em setembro de 2016, o IPCA havia registrado variação de 0,08% no mês.

Em setembro, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, somente alimentação e bebidas (-0,41%) e habitação (-0,12%) apresentaram deflação. Nos grupos com alta de preços destacam-se transportes, com 0,79% de variação.

A. Ramos/Capital News

Gasolina, posto de combustível

Gasolina teve alta de 2,13% em setembro

Combustíveis
A alta dos combustíveis, de 1,91% no mês, impediram uma queda ainda maior no IPCA de setembro. O litro da gasolina subiu 2,22% em relação ao mês anterior. A subida é decorrente da nova política de reajuste de preços dos combustíveis, quase que diário, implementado pela Petrobras nos últimos meses. A empresa tem acompanhando a volatilidade dos preços no mercado externo.

A alta dos combustíveis puxou a inflação de 0,79% no grupo transportes, que impactou o índice do mês em 0,1 ponto percentual. As passagens aéreas, com 0,07ponto percentual de impacto no índice, também apresentaram alta significativa entre agosto e setembro: 21,9%.

Alimentação em queda
A avaliação do IBGE é de que a safra recorde verificada no primeiro semestre do ano vem sendo determinante para a queda nos preços dos alimentos. Com deflação de 0,41%, de agosto para setembro, o grupo registrou queda pelo quinto mês consecutivo, embora neste mês tenha sido menos intensa que a registrada em agosto (-1,07%).

Os alimentos para consumo em casa passaram de -1,84% em agosto para -0,74% em setembro, sob influência de itens importantes no consumo das famílias como as carnes (que passaram de -1,75% em agosto para 1,25% em setembro) e as frutas (de -2,57% em agosto para 1,74% em setembro).

Por outro lado, vieram em queda o tomate (-11,01%), o alho (-10,42%), o feijão-carioca (-9,43%), a batata-inglesa (-8,06%) e o leite longa vida (-3,00%). Já a alimentação fora de casa teve alta de 0,18%.

Já em habitação, o único outro grupo com baixa além de alimentação e bebidas, a deflação de 0,12% foi motivada pela conta de energia elétrica, em média 2,48% mais barata. O motivo da baixa de bandeira tarifária, que passou da vermelha, em agosto (adicional de R$ 0,03 a cada Kilowatt-hora consumido), para a amarela, a partir de 1º de setembro, com pagamento de mais R$ 0,02 a por Kwh consumido.

Ainda no grupo habitação, se destacaram as variações no gás de botijão (4,81%) e na taxa de água e esgoto (0,28%). No primeiro, há o reflexo do reajuste de 12,20%, em média, no preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13kg, em vigor desde 6 de setembro.

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