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Economia Quarta-feira, 25 de Abril de 2018, 12:22 - A | A

Quarta-feira, 25 de Abril de 2018, 12h:22 - A | A

Sondagem industrial

Intenção de investimentos da indústria do Estado tem melhor resultado em 46 meses

Índice de confiança do empresário industrial em abril é 12,3 pontos maior que a média obtida para o mesmo mês entre os anos de 2013 e 2017

Flávio Brito
Capital News

O índice de intenção de investimento do empresário industrial de Mato Grosso do Sul apresentou, em abril, o melhor resultado dos últimos 46 meses, alcançando 61,8 pontos e indicando crescimento de 4,5 pontos sobre março, quando o resultado foi de 57,3 pontos, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems.

 

Divulgação/Fiems

Intenção de investimentos da indústria do Estado tem melhor resultado em 46 meses

Apesar da melhora dos indicadores, situação ainda é vista com cautela

Segundo a Fiems, o resultado é 14,5 pontos maior que a média obtida para o mês de abril desde 2014. O índice varia de zero a 100 pontos e, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir. De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, o índice de expectativa do empresário industrial também foi positivo.

 

 “A demanda marcou 58,3 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses, a partir de abril, enquanto que, em relação à contratação de empregados, o índice marcou 53,1 pontos, indicando expectativa de estabilidade nos próximos seis meses. Já em consideração a exportação, o índice marcou 55,2 pontos, demonstrando expectativa de aumento nos próximos seis meses a partir de abril”, detalhou Ezequiel Resende.

 

ICEI

Ainda sobre os números do setor no mês passado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou 57,1 pontos, sendo o melhor resultado para o mês dos últimos cinco anos. O índice alcançado em abril de 2018 é 12,3 pontos maior que a média obtida para o mesmo mês entre os anos de 2013 e 2017. Adicionalmente, todos os componentes do indicador de expectativas permanecem acima da linha divisória dos 50 pontos, sinalizando que para os próximos seis meses devem ocorrer melhoras na economia brasileira, sul-mato-grossense e, principalmente, no desempenho da própria empresa.

 

“Em relação às condições atuais, em abril, 20% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 17,3% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 21,4% dos empresários”, reforçou o economista, completando que, ainda no mês de abril, para 49,3% dos empresários não teve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 52,0% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 50,7%.

 

Por fim, para 24% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto em relação à economia estadual esse percentual chegou a 22,7% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 20%. “Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação responderam por 6,7%, 8% e 8%, respectivamente”, pontuou Ezequiel Resende.

 

Expectativas

As expectativas para os próximos seis meses a partir de abril revelam que 6,7% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira. Em relação à economia estadual, o resultado também alcançou 6,7% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 5,4% dos empresários.

 

Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 45,3%, sendo que em relação à economia do estado esse percentual alcançou 46,7% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 36,0%.  Por fim, 42,6% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar.

 

Já em relação à economia estadual, esse percentual chegou a 41,3% e, no caso da própria empresa, 53,3% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 5,3%.

 

Produção industrial

A produção industrial avançou de forma mais intensa e disseminada no mês de março, com o índice de evolução da produção industrial marcando 52,1 pontos, crescimento de 3,9 pontos em relação a fevereiro. “O resultado indica que a maior parte das empresas estão com produção estável ou crescente. O levantamento apontou que 46,7% das empresas indicaram estabilidade na produção, enquanto 30,7% disseram que a produção aumentou na passagem de um mês para o outro, fazendo, assim, o indicador ultrapassar a linha divisória dos 50 pontos pela primeira vez no ano”, disse Ezequiel Rezende. 

 

Ele acrescenta que a capacidade ociosa diminui novamente, pois, para 29,3% dos respondentes, a utilização da capacidade instalada esteve abaixo do usual para o mês de março, porém, em fevereiro, esse número era de 34,7%. “Essa melhora se refletiu do índice de avaliação do uso da capacidade instalada, com o resultado alcançando 44,1 pontos contra 43,2 no mês anterior. Por fim, a ociosidade média da capacidade instalada em março ficou em 26%, contra 31% no mês de fevereiro”, analisou.

 

O economista destaca que o ano começa com a situação financeira ainda longe do ideal, mas com melhora na comparação com 2017. “De um modo geral, os empresários industriais de Mato Grosso do Sul se mostraram insatisfeitos com a margem de lucro operacional de suas empresas no primeiro trimestre deste ano, com o indicador alcançando 41,8 pontos. Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, com os indicadores alcançando 36,7 e 44,2 pontos, respectivamente”, informou.

 

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