A construção civil demitiu mais do que contratou em outubro. Enquanto no geral Mato Grosso do Sul registrou saldo positivo de 722 postos de trabalho, o setor teve saldo negativo de 720 vagas.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), as empresas de construção civil fecharam 2.888 postos de trabalho em 2017.
Entretanto, os dados do Caged não distinguem a construção civil da construção pesada. A construção civil engloba todos os empreendimentos imobiliários: edificações de moradia, comerciais e de serviços públicos. A construção pesada tem como foco obras de infraestrutura, como pavimentação asfáltica, construção de rodovias, pontes, saneamento, obras que em geral são contratadas por empresas e órgãos públicos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Campo Grande (Sintracom), José Abelha, explica que o setor sofreu com a falta de recursos. De acordo com Abelha, a falta de contratos imobiliários da Caixa Econômica Federal desestimulou novas construções, provocando demissões de trabalhadores. O presidente afirma que a dificuldade das grandes empresas em captar recursos para novos empreendimentos também foi outro fator que acentuou o número de demissões.
O presidente do Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de MS (Sinticop), Walter Vieira dos Santos, explica que o setor sofre com a lentidão da retomada de obras de infraestrutura. Na época da paralisação das obras, foram demitidos cerca de 2 mil trabalhadores. Já em Campo Grande, muita gente perdeu o emprego depois do fim do contrato de licitação das empresas que faziam o serviço de tapa-buraco na cidade.