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Cotidiano Quarta-feira, 15 de Novembro de 2017, 07:00 - A | A

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PAPIROS DE LAMA

Puccinelli tem prisão mantida e passa o feriado com o filho no Centro de Triagem

Ex-governador e o advogado André Puccinelli Júnior foram levados para o Complexo Militar da Capital no início da noite desta terça-feira

Flávio Brito
Capital News

Deurico/Capital News

Deleção revela pagamento ilícito da JBS e Águas Guariroba ao grupo de André Puccinelli

 Investigadores detalharam esquema do grupo de Puccinelli em coletiva de imprensa

 

O juiz federal Ney Augusto Paes de Andrade, da 3ª Vara de Campo Grande, manteve a decisão de prender o ex-governador André Puccinelli (PMDB), e do filho dele André Puccinelli Júnior, depois de audiência de custódia realizada no final da tarde desta terça-feira (14), em Campo Grande. No mesmo procedimento, as outras três prisões, uma preventiva e duas temporárias, que têm prazo de cinco dias, foram mantidas. Pai e filho levados no início da noite para o Centro de Triagem Anísio Lima, no Complexo Penal do Jardim Noroeste, região leste da Capital.

Audiência de custódia de André Puccinelli

A 5ª Fase da Operação Lama Asfáltica, chamada de Papiros de Lama, foi deflagada pela Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul. O objetivo é combater uma organização criminosa que desviava recursos públicos. O grupo é acusado, entre outros crimes, de fraudar licitações e superfaturar obras.

“Há provas já existentes acerca de desvios e superfaturamentos em obras, direcionamento de licitações, uso de documentos falsos, aquisição ilícita e irregular de produtos e obras, concessão de créditos tributários direcionados e pagamento de propinas a agentes públicos. Prejuízos causados pelo esquema ao Erário passam dos R$ 235 milhões”, informa, por meio de nota, o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), que também participa da operação.


De acordo com a CGU, a operação desta terça-feira é decorrente da análise de materiais apreendidos em fases anteriores da Lama Asfáltica e de depoimentos de colaboradores que participaram do esquema delituoso. Segundo o ministério, “os valores repassados por propina eram mascarados com diversos tipos de operações simuladas, de forma a dar falsa impressão de licitude ao aumento patrimonial dos integrantes da organização ou de dar maior sustentação financeira aos projetos”.

Os policiais federais estão cumprindo dois mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 24 de busca e apreensão. Além disso, a Justiça determinou o sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

As ações da PF ocorrem nas cidades de Campo Grande, Nioaque e Aquidauana, em Mato Grosso do Sul; e em São Paulo. Participam da operação mais de 300 pessoas, entre policiais federais e auditores da CGU e da Receita Federal.

A defesa do ex-governador tentou reverter a prisão preventiva por medidas cautelares, mas o magistrado o pedido foi negado. Puccinelli Júnior abriu mão da prerrogativa de cela especial para advogados e preferiu ficar junto ao pai no Centro de Triagem. Ele poderia ter sido levado para o Presídio Militar, para onde foram levados seus colegas de profissão, Jodascil Lopes e João Paulo Calves, que também tiveram as prisões preventivas mantidas após audiência de custódia.

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