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Cotidiano Sexta-feira, 16 de Março de 2018, 15:31 - A | A

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Investigação

Munição que matou Marielle e Anderson teria sido vendida para a PF

Lotes foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, afirma reportagem da TV Globo

Flávio Brito
Capital News

Midia Ninja

Munição que matou Marielle e Anderson teria sido vendida para a PF

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local onde a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Pedro Gomes foram assassinados. A informação foi divulgada hoje (16) em nota conjunta das polícias Federal e Civil do Rio de Janeiro, logo depois que a Rede Globo veiculou reportagem na qual afirma que a munição usada no crime era de uma pistola calibre 9mm que pertencia a lotes vendidos para a Polícia Federal (PF) de Brasília, em 2006.

 

Segundo a reportagem da TV, perícia da Divisão de Homicídios indica que o lote da munição UZZ-18 é original e, sendo assim, não teria sido recarregada. A reportagem também diz que os lotes foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822.

 

A nota conjunta das polícias informa que o inquérito da PF se soma à investigação conduzida pela Polícia Civil. As duas corporações reiteraram “o compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro”.

A vereadora do PSOL Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca. A parlamentar viajava no banco de trás do carro conduzido por Anderson Gomes, quando criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes. Anderson também morreu no ataque.

 

“Neste momento de dor e perda, nós, camaradas do PSOL Mato Grosso do Sul, desejamos que o conforto e a esperança console o coração dos companheiros do Rio e da família da Marielle e do Anderson. Esperança que pulsava e dava forças para a companheira denunciar os abusos do estado autoritário, das intervenções violentas e de construir junta com as novas lutadoras sociais um país mais justo e igualitário”, declaram os membros do partido, em nota publicada nesta quinta-feira (15), um dia de comoção e em que manifestações foram realizada em todo o país.

ONU pede breve elucidação do assassinato 

 

Em nota, a ONU diz que espera rigor na investigação do caso e breve elucidação, com responsabilização pela autoria do crime. “Quinta vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016, Marielle era um dos marcos da renovação da participação política das mulheres, diferenciando-se pelo caráter progressista em assuntos sociais no contexto da responsabilidade do Poder Legislativo local”, afirma a organização na nota.  A parlamentar foi eleita com mais de 46 mil votos. Em sua plataforma, defendia o enfrentamento ao racismo, às desigualdades de gênero e à violência nas periferias e favelas.

 

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